quinta-feira, 17 de junho de 2010

17 de junho de 2010 Beiradas em duas rodas



O despertador tocou, não tem mais jeito. Vira de cá, vira de lá, mas as beiradas chamam para a rua e não há outro remédio se não lavar o rosto, escovar os dentes e partir.
O navegar hoje seria com o Comandante e Janaína, mas os braços cansados apenas tiveram força para enviar um torpedo por celular informando a mudança de planos. As beiradas seriam hoje visitadas de bicicleta.


Numa rua do Flamengo a visão insólita de um surfista ainda na escuridão da cidade caminhando para as beiradas do aterro, mais tarde a confirmação de que certamente estava indo pegar uma condução para  surfar as maravilhosas ondas que quebram lá no Arpoador.


As areias da Praia do Flamengo estão incrivelmente limpas, nunca havia notado, dão um show em comparação com as areias da Praia Vermelha e da Praia da Urca... e imaginar que ela é maior do que as outras duas juntas!
O mar dentro da Baía de Guanabara parece bem tranquilo e quebram apenas algumas marolas nas areias da Praia do Flamengo, o mar não mais lambe com energia as pedras que margeiam a ciclovia do final da Praia do Flamengo ao início da Praia de Botafogo.
A enseada de Botafogo amanhece linda, incendiando os prédios do final da praia. Está um frio de gelar os ossos que só vai se dissipar na chegada no Leme, assim como vai dissipando uma névoa fina e gelada. Mas o sol só foi dar as caras na chegada do Posto 6.


Provisório, esse seria o título de hoje... nas beiradas da Praia do Leme um tapume gigantesco abrigando o telão que passará os jogos da Copa esconde o horizonte, só mais na frente é que se vê o mar do calçadão. Provisório, ainda bem... como tantas coisas na vida.


Umas paradas breves para fotografar e num estirão a Magrela já apontava para Ipanema, com o corpo sobre ela ainda pedindo calor. Os dias estão amanhecendo realmente frios. A névoa no horizonte e o  vento suave e insistente agravam a sensação térmica.


As águas no amanhecer são penteadas por um vento rasteiro que na ida parecia ser um vento terral, uma ou outra biruta confirmavam essa impressão, mas na volta... ah,  um vento danado de leste maltratou as pernas no pedal . Ôôôôô lestada! Levantando as ondas ali no Sorriso!


Perto do Posto 5 quase não há areia, o Sorriso escancarado joga as águas de encontro ao calçadão, mas numa ondulação para se deliciar apenas com os olhos, fechadas, sem surf por ali. Um surfista de stand up também não estava muito animado perto do Posto 6.


Mas lá no Arpoador, protegidas pela pedra, as ondas fazem a festa dos surfistas.


Não vi nenhuma das canoas havaianas no trajeto, talvez elas tenham ido em direção à Praia da Urca, tão pouco vi o Comandante pelas beiradas.
Drummond estava ali olhando o horizonte, vira e mexe  está acompanhado. Quantas histórias não deve ouvir ali calado?


Nas beiradas  hoje apenas o vento, o frio e o sol incendiando a cidade. Ao largo da ciclovia as águas escovadas pelo vento frio de outono. E dentro do corpo gelado o calor do privilégio de poder frequentar essas beiradas...

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