Mas é deslumbrante ver o sol clareando o Costão do Pão de Açúcar bem cedinho, o cotidiano assim não nos agride nem um pouco, como fazem as buzinas enlouquecidas do trânsito depois que a cidade acorda.
Já nos parece inverno ao observarmos os remadores ali de braços cruzados, dando pulos e se perguntando: - Que diacho estou fazendo aqui a essa hora?
Logo é descoberto o que se faz no mar tão cedo... remar. Mas acima de tudo, contemplar o céu infinitamente azul e as beiradas de uma visibilidade ímpar e de uma cor que há dias não se via por aqui.
Hoje foi dia de voltar com Abaeté para o estaleiro. O produto das ondas surfáveis do Posto 6 foi um pequeno buraco no bico da canoa que será devidamente consertado pelo seu Jorge.
Em cortejo, acompanharam Abeté duas oc6 e uma canoa individual. As canoas de seis remadores levaram também duas amas para o conserto e na volta trouxeram as remadoras da Abaeté. Perfeito pra fotografias e filmagens, já que o instrumento da volta não foi o remo mas sim a máquina fotográfica.
Apenas na virada do Costão do Pão de Açúcar a máquina foi trocada pelo remo que, no banco 1, custava a cavar a água já que por ali o mar estava bastante mexido, quase anárquico. Não sei se era o anarquismo do mar ou se os braços congelados da remadora que até ali vinha de carona.
Em falar em anárquico, Rodrigo saiu das beiradas da Praia Vermelha em seu caiaque individual acompanhado de Luís e Gustavo em um caiaque duplo, mas rumaram em direção ao Posto 6. O Comandante navega rápido, lá em seu blog estão fotos de hoje e notícias das beiradas do posto 6. Descendo mais um pouco por ali uma porção de novidades, de golfinhos a conserto de caiaque. Vale a visita!
Para os preguiçosos, basta um clique: http://trilhasdomar.blogspot.com/
Hoje, surpreendentemente as águas estavam claras e com aspecto limpo, inclusive dentro da baía de Guanabara. Só mesmo no pier do Guanabara é que se constatava se tratar de uma ilusão, mas ainda assim as águas acordaram bem mais limpas e sem cheiro ruim.
Uma ondulação gostosa levou Abaeté em uma velocidade excelente e recheada de prazer. Não se sabe se saudades dessa beirada, se felicidade por ver esse céu azul infinito e aquele sol amarelinho nascendo e espalhando o seu vermelho rubi por toda orla. Não se sabe, mas a embarcação fluiu como nunca. Sincronia, felicidade, simbiose, mimetismo... dê-se o nome que for para traduzir essa interação com tudo ao redor!
Águas mornas, com uma cor linda de tão azul e uma ondulação com uma ligeira agressividade lambendo os costões.
Já na volta o mar se encrespou um pouco e a coloração alternava hora azul, hora verde, hora até amarronzada mas sem aspecto de sujeira.
O encrespar do mar não foi suficiente para afastar as canoas dos paredões, Aline e Paulo nos lemes fizeram a festa ali pelo costão do Forte São João, o prato do dia? Mariscos!
Um ou outro lixo boiando pelo caminho e uma navegação intensa de embarcações. Um barco aqui, outro ali e de repente um enorme navio carregado de containers passa ao largo fazendo uma ondulação absurda para a lenta velocidade com que navegava. Lindo. Lindo.
Mais um pouco e as canoas já estavam nas areias da Praia vermelha, hoje mais calmas para o desembarque. Dia ainda frio, mas longe da sensação térmica de cedinho. Diria, até mesmo gostoso, bom para um café quente despertando para o trabalho.
É, não é o caso de viver do mar... mas bem que podia! Tais quais as gaivotas...
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