Dia ainda escuro mas céu limpo. Ao descer do carro o vento frio mostrava todo o meu arrependimento de não estar com uma blusa de manga, mas longe de ser um frio de inverno. Frio ligeiro de brisa amanhecendo.
Dia preguiçoso que não quer levantar a ponto de contagiar quem veio decidida a remar. Encontro marcado com Elisa e Flávia e um torpedo no celular comunicando o atraso deixou a preguiça tomar conta do corpo e ajeitar Janaína bem devagar.
As areias na Praia Vermelha estavam cheias de pequens lixos espalhados por toda a praia. O mar continua com águas mornas e bastante flat. Hoje a entrada sequer molhou a barra da blusa. Muito cuidado para o corpo não molhar, gelar e espantar a preguiça. Deixa a preguiça ficar.
Chegando cedo pelas beiradas a dupla mais assídua dos últimos tempos chegou pouco depois, Paulo e Fagner. Equipe Nem. Remadores da canoa dupla Fekitoa.
Mais tarde também chegaram por ali Jorge, Machado e Chinês, outro trio assíduo das beiradas.
Devagarzinho Janaína foi deslizando pelas beiradas do Caminho do Bem Te Vi fotografando tudo o que via e o que não via. Quisera poder enquadrar toda a enseada. O mar está tranquilo mas perto da fenda se ouve o estardalhaço das ondas batendo lá dentro e cuspindo a espuma para fora. É lindo o barulho! De dar vontade de deitar na canoa e ficar ouvindo, boiando... ô preguiça arretada de novo!
Devagarzinho Janaína continuou beirando, observando a águas mornas, escuras e sem muito lixo boiando. Tranquilo de navegar por ali, mas havia uma certa expectativa ao chegar na virada do costão do Pão de Açúcar. Uma brisa fria não combinava com os movimemntos lentos sobre a canoa. Bingo! Lá estava ele... o Nordestão!
Lá estava também o sol nascendo, magnífico! Esses momentos confirmam o acerto de ir ao mar, com preguiça, sem preguiça, com companhia, sem companhia, ir... simplesmente ir.
Nem sinal de Flávia e Elisa, apenas um pescador solitário logo ali na virada. Um bom dia baixinho para não atrapalhar o momento de cada um e uma virada preguiçosa em direção à praia do Forte São João. Ai que preguiça, Janaína nem quis chegar no Cara de Cão.
Ao longe surge Flávia e Elisa e o vigor com que era visto o movimento da remada foi diluindo diluindo, até ser contagiado pela preguiçosa remadora que aguardava por ali parada.
Momento de indecisão, observação de maré, de vento... decidido!
- Vamos contornar a Cotunduba, a maré nos ajuda!
Contorno lento e preguiçoso pela ilha... dez frases, uma remada. Mas a Ilha estava linda com toda a beirada do Rio de Janeiro apontando lá atrás. Pedra da Gávea, Cristo Redentor, Pedra do Leme, Arpoador, ô preguiça boa de deixar a canoa deslizar devagarzinho e apenas ir contemplando e registrando.
Ao contornar a Ilha e chegar perto da enseada que se forma ali de frente para a ilha do Anel, a bela surpresa do encontro com Antônio, Marquinhos, Bruno e Lariana. A preguiça passou ao largo dos caiaquistas, apenas abanaram os rabinhos e partiram para o contorno da Ilha raspando as pontas em meio da ondulação. Linda visão dos caiaques rente às pedras. Remadas ritimadas e decididas, nada de papo, apenas uns sorrisos...
Contornada a Ilha da Cotunduba, a direção escolhida foi a Ponta do Costão do Pão de Açúcar, maré forte por ali com bastante ondulação fazendo Janaína e Elisa descer em um surf gostoso que alternava alguns repuxos mais duros de enfrentar.
Desvio de rota e a resolução de deixar Elisa por ali pelas beiradas da Praia Vermelha.
- Ufa, não vou enfrentar a maré ou o vento!
Definitivamente a preguiça contagiara um pouco Flavinha para conforto de Janaína que teria então companhia até desembarcar nas areias.
Desembarque tranquilo e o encontro matinal com Daniel e Jorjão. O dia estava ganho, mesmo preguiçoso!
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