quinta-feira, 28 de outubro de 2010

28 de outubro de 2010. As Ihas das Beiradas!







Um sol lindo nascendo no horizonte atraiu os remadores preguiçosos para as beiradas. Mas não via mais preguiça alguma ali, ficou para trás, para os dias de chuva. O dia começou vermelho e o mar convidava para um passeio, quase insistindo. São leves os dias assim, onde as nuvens dão lugar ao rubi do sol e os treinos dão lugar aos encontros. O barulho do mar abafando o som do sol nascendo acalma o coração disparado pelo despertador. Aos poucos as beiradas nos fazem entrar em transe.




Duas canoas de seis remadores foram montadas e Silvinha chegou junto para sair para o mesmo lado de canoa individual, Posto 6.


Eu, Carlota e Abaeté iríamos para a Praia da Urca já que Abaeté havia sido despejada de seu berço para dar lugar ao caiaque do Eduardo. Bem vindo Edu, estava já fazendo falta por essas águas.
Partimos então juntas com as outras canoas mas chegando perto da Ilha do Anel foi hora da despedida. Hoje seria um dia de circundar as Ilhas próximas das beiradas. Maré lá em cima cobrindo a faixa de musgo dos paredões e permitindo uma passagem tranquila em torno do Anel. As águas não estão muito claras mas estão com uma temperatura muito boa e sem muito lixo aparente boiando por ali.
A corrente estava deliciosa de cheia fazendo a canoa deslizar rente ao costão.







Virando na Ilha do Anel a imagem linda da Ilha da Cotunduba nos chamava. Atravessamos o canal com muita tranquilidade aproveitando a ondulação que nos levava. Aliás hoje foi quase todo o trajeto empurrado pela ondulação. A circunavegação da Ilha da Cotunduba pediu muitas fotografias, era impossível não registrar aquele dia colorindo aquelas beiradas. Enquanto uma fotografava, a outra remava. Depois trocávamos, quem fotografou rema, que remou fotografa. Assim, com duas câmeras podíamos alternar o treino. Confesso que era um alívio o momento sem fotografias e das duas pás na água... e também os que EU fotografava! Impossível passar ao largo sem registrar, ainda mais com um mar generoso desse nos permitindo passar rente a Ilha e registrar a Pedra da Gávea, os Dois Irmãos, as enseadas, as lambidas de mar nos costões. É tudo poesia!



Por trás da Ilha da Cotunduba, rápido se apresenta a Ilha do Forte do Lage e a reta é traçada exatamente em seu prumo. A ondulação mais uma vez nos fez voar. As paparazzis voadoras!







Rapidamente chegamos no Forte do Lage, registrando cada minuto, cada paisagem. Muitas gaivotas, poucos navios, algumas embarcações. Chegando no forte do lage o mar começa a mudar, a ficar de um negro abissal salpicado de espumas marrons, ô dó! Começam a aparecer os lixos flutuantes e nada de povo flutuante nessa reta. Mais fotografias ao circular a Ilha, impossível o ritmo ser outro.


Chegando nas cavernas, lá perto do Cara de Cão o mar muda mais um pouco, fica pesado. A ondulação que se apresenta em direção à Praia da Urca esconde a maré tinhosa que vem por baixo e segura Abaeté. Remada pesada em um mar negro e liso. Liso como faz tempo não via por ali. Esquisito mesmo! Essas calmarias escuras me assombram...
Mais um pouco e avistamos uma canoa da Rio Va_a com Alexandra e companhia. Paradinhos por ali, parecia até que estavam pescando. Não é de se estranhar pois o dia estava mesmo para se contemplar. Remar pra que? Só se for para chegar num lugar lindo daqueles e se deixar ficar.
 

 Mais um pouco encontramos também a canoa do Urca Va_a com o Paulo no leme. Esses já iam mais empolgados vencendo a maré danada que aconselhava dar meia volta. Mas ninguém deu meia volta e rumamos para a Praia da Urca. Já estávamos atrasadas e dali para frente foi uma enfiada só, chega de fotografias... ops, ai que lindo! Ai, um pássaro! E não tinha jeito, quando queríamos acelerar, o olhar freiava. Não tem como não diminuir o ritmo para registrar a beleza do Rio. Ainda que sujinho em suas águas.




Chegada mais do que tranquila nas areias da Praia da Urca, que estão com as águas claras na beirada e areias limpas. Nada de vento nem lá na Praia Vermelha, nem cá na Praia da Urca. Depois de acomodada Abaeté rumamos de volta para a Praia Vermelha para buscar Chuck. Chuck é minha querida lambreta preta, meu brinquedo assassino que me traz muita felicidade nesse trânsito caótico do Rio.
Foto da Carla

Chegamos na Praia Vermelha ainda a tempo de ver Silvinha desembarcando e a tempo de convidá-la para uma remada longa amanhã. Vamos tentar chegar novamente no cemitério de navios! Convite lançado e aceito, o resto é o dia que vem engatado na manhã e não interessa mais aqui. Interessam talvez as fotos da Carla para o mesmo dia lá em outra página...

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