sexta-feira, 1 de outubro de 2010

01 de outubro de 2010 Um mar negro e um céu cinza.



Triste início de primavera. Triste início de outubro. Parece mesmo que as águas estão de luto e a roupa não poderia ser outra... negra. As águas estão negras e sujas saindo dali da Praia Vermelha e indo até a Praia da Urca, não há descanso.
Salvam as beiradas as centenas de gaivotas que em um verdadeiro balet traçam voos rasantes sobre a cabeça dos remadores.














Muitas canoas individuais na areia acompanhando Abaeté, a única dupla. Mas dentro da água foi um dispersar só, só sei do rumo de Janaína, Juréia e Abaeté que seguiram para a Praia da Urca para aguardar nos cavaletes a Volta da Ilha da Cotunduba que acontece lá amanhã. Regata anual organizada pelo Clube CCC.



Então na areia estavam Hugo, Léo, Fábio, Garrafa e Fagner voltando sem a Fekitoa mas matando a fome em canoas individuais, e ainda Carlinha, Alessandra e Iuri que iriam até a Praia da Urca comigo e Janaína. Lá na água encontramos ainda o Guilherme voltando lá da Boca da Barra, o temível Cara de Cão que hoje estava bastante receptivo.













Dia bastante nublado fazendo um tom sobre tom nas águas negras. Tudo muito cinza mesmo sendo salvo pelo colorido das canoas e o branco dos sorrisos que não há como não abrir assim que se entra no mar.
Canoas apontadas para o costão do Pão de Açúcar e seguimos no meio do mar escuro e cheio de línguas de espuma. Juréia passou mais ao largo e levei Janaína para brincar no bate e volta das ondas do Costão. Bem feito para mim...
- Mulher ao mar! Banco ao mar!


Em uma dessas cavadas de onda Janaína se comportou muito bem e não virou, a mesma sorte não me reservou o mar que num tapa bem dado me lançou nas águas mexidas do Costão. Arremesou junto o banco de Janaína. Um braço esticado aqui segurando a canoa, outro braço elástico ali na busca do banco e o sufoco de não deixar as ondas nos levar de encontro ao Costão. Pois é, com o mar não se brinca dessa forma. Depois que subi em Janaína, Carlinha já ia longe sobre Juréia sem nem se dar conta do que acontecera. Soube depois.
- Ué? Você não viu como estava o Costão?
- Pois é, fui brincar...
Um merecido sorriso de ironia foi o que recebi. Aprendi? Certamente não...






Tráfego intenso de navios hoje pelo canal, quem atravessou para Niterói ou veio de lá deve ter redobrado a atenção na travessia. A Gaúcha brinca sempre que é a sua mudança vindo e indo lá de Porto Alegre, pois hoje podia ficar até deitada por ali registrando, o mar entre o Forte do lage e o Cara de Cão estava mesmo um tapete.


Mas fora o sacode que tomamos na esquina do Pão de Açúcar, de resto o mar estava ótimo para navegar, uma corrente boa nos levou do Costão até o Forte do Lage onde encontramos parados sobre as águas Lariana, Marquinhos e mais um. Bruno  estava às voltas com a organização do evento de amanhã, não foi ao mar. Bom encontar mais gente por ali, amanhã estaremos todos nas águas, na mesma sintonia se esforçando para chegar na frente, mas feliz de chegar em qualquer lugar, até porque estaremos todos juntos!



Logo depois da dupla de caiaques eu  e Janaína encontramos um pescador solitário que ao ser indagado acerca dos peixes nos deu a melhor resposta que se pode ouvir numa manhã nublada.
- Primeiro, o bom dia aos peixes!



O Cara de Cão hoje estava mais tranquilo do que o Costão do Pão de Açúcar e foi tranquilas que passamos seguindo Iuri e Alessandra que já iam lá na frente.





Ali entrando na Baía é possível ver um desmoronamento de terra e árvores  bem pertinho de onde rolam umas ondas gigas de direita quando o mar enfurece. Esquisito de ver já que não houve tanta chuva assim. Pedacinho sob os cuidados da União com acesso proibido a nós cidadãos sem fardas mas com um fardo enorme de cuidar dos deslizes e descuidos.



Remadas calmas e compassadas sobre a água densa e lisa e passagem rente ao muro de pedras que hoje estava sem pescadores. Talvez sem peixes também, nada de bom dia aos peixes, talvez eles estejam de mau humor com tanta sujeira. Afinal não passeiam sobre as águas para acalmar o coração como nós olhando a paisagem. A beleza das beiradas ainda salvam tamanha sujeira, mesmo com o Cristo coberto de nuvens.





Na Praia da Urca uma volta com Juréia para matar as saudades e constatar que Chicó exagerou, a velhinha está só mais um pouco pesada mas continua deslizando graciosamente sobre o mar. Estável, como se espera que o tempo transforme as coisas.



Bonito de ver as florzinhas nascendo no muro da praia da Urca anunciando de leve a primavera nesse mar de cores escuras. Deve ser a energia das pessoas que amam o lugar, feito o casal em floração: Alê e Iuri, queridíssimos daquele cantinho!

Bonito de ver todas as meninas descansando na mesma praia embora sobre cavaletes diferentes e saber que amanhã às 9 horas da manhã estarão todas nas águas prestigiando a Volta da Ilha da Cotunduba. Mar negro, céu cinza, alma sem cor esperando a pintura que quisermos dar a ela. A minha hoje está colorida, em tons vermelhos, laranjas, rosas, verdes, azuis e amarelos... e em cor de pele!












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