Que vontade de continuar na cama. Esse horário de verão é péssimo para quem levanta muito cedo e não quer saber de remar no fim do dia. Tudo escuro! Para agravar choveu a noite inteira e dormi pensando que nem iria para as beiradas no dia seguinte. Mas o despertador avisa que não tem preguiça e lá vamos nós para a Praia Vermelha.
A pocilga, ops, a pocinha estava lá mostrando a chuva ininterrupta da madrugada. Os lixinhos mostram que aquelas beiradas ali não andam muito bem cuidadas.
Dia nublado, vento danado vindo de sudoeste, mas haviam duas canoas completas para sair, mais o Malzone de oc1 e ainda chegaram atrasados Alessandro, Carol e Hugo. A sugestão para não perder a remada foi levar Maia para a praia da Urca, mas na volta Maia continuava no cavalete. O mar não aconselhava muito passar lá no Cara de Cão sem quilha ou leme grande. A canoa do Carioca Va_a rumou para a esquerda, em direção à Urca.
O dia ainda arriscou um rubi lá no horizonte mas estava desmaiado. O mar não parecia muito anárquico ali da beirada. Lêdo engano. O mar estava sinistro nas viradas. E na reta de Copacabana também!
Ganhei um presente pela persistência de ir remar num dia que pedia mais lençol e travesseiro. Faria o leme da canoa dos meninos! Já na saída percebi a ama arisca que o Fábio havia montado e entendi que a história dessa canoa é mesmo voar baixo.
Dobramos a esquina do Leme e já deu para perceber o mar que nos aguardava. Ondulação de sudoeste ou quase, vento de sudoeste e praticamente só remei do lado esquerdo. Muitas ondas, muito sobe e desce nas vagas e o cuidado para não bater o casco e não deixar a água invadir a canoa. Mas batia e invadia, o suficiente para em um momento precisar tirar a água.
Lemear naquele mar estava delicioso porque eu estava em uma canoa que parecia nem querer singrar o mar, acreditavam ser gaivotas! A ama levantou algumas vezes mas nada como Fábio ali no banco cinco fazendo umas bolhas enormes na água e ainda assim cuidando para a ama não subir muito. Mas subia, estava mesmo arisca.
Assim foi até lá no Posto 6, acompanhada pelo Malza. A canoa do Rogério deu meia volta lá do Leme, não estava fácil enfrentar aquele mar com uma canoa que não tem o costume de remar em conjunto. É incrível como as fotografias acalmam o mar ou talvez a máquina só tenha sido acionada mesmo na hora da calmaria. Lá fora era tudo muito diferente!
Logo imaginei Carla e Ester mordendo o remo de vontade de continuar, afinal o mar estava do jeito que elas gostam. Mas não valia a pena arriscar. Valia ter misturado as equipes e intercalar remadores mais experientes com os menos experientes. Assim que se aprende, tanto para quem mostra o que já sabe quanto para quem observa.
No Posto 6 uma ondulação nos jogava para a areia e a canoa fluiu bem até a beiradinha. Na beirada um mar flat avisava que o vento e a ondulação entravam mesmo de sudoeste já que o cantinho de Copa estava bem protegido. Algumas fotos, água e... pulo para o banco 5. Fábio iria surfar na volta!
Foi um surf mais ou menos já que a ondulação jogava para as areias, só mesmo em um zigue zague constante conseguíamos aproveitar a ondulação. Creio que Malza aproveitou mais na oc1.
Passagem muito boa colada no paredão do Leme apesar da ondulação querer balançar a canoa. Mas remando forte e em conjunto há sempre um acordo entre o mar e os remadores. Há um respeito mútuo!
Desembarque tranquilo na Praia Vermelha já que ali da beirada não há nem sombra do mar que cresce ao virar nas pontas. A outra canoa desembarcou também com tranquilidade, ops, mais ou menos, como eu previa Ester e Carlinha estavam mordendo os remos.
- Imagina, meia volta dali do Leme?
Mas Rogério acertou em proteger a canoa, o mar não estava nada tranquilo e precisava de muita força e conjunto e também muita experiência para proteger a ama e defender a canoa. Em respeito ao desejo reprimido das meninas encerro discretamente dizendo que as águas estão mornas e o mar não apresenta muita sujeira além das estradas de espumas que aparecem pelo caminho.
Depois de ver seu comentário no trilhas, vim conferir as beiradas. Viria de qualquer forma, faço isso todos os dias. Devo dizer que se estivesse no chuveiro sentindo os respingos d'água me sentiria remando com vocês. Isso sim é um relato, aliás: isso sim são relatos! E que fotos, heim! Essa do céu púrpura tá demais! E a da garota de boné, blusa e dentes brancos?! Desculpe, mas dá vontade de beijar aquele sorriso.
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