05 de outubro de 2010 Da contemplação ao treino.

Dia ainda escuro e lá pelas beiradas da Praia Vermelha as luzes dos postes ainda não haviam se apagado. Novo encontro com Carlota para buscar as meninas que ainda ficaram lá na Urca: Janaína e Juréia. Se não perdêssemos tempo na caminhada até a praia da Urca ainda voltaríamos a tempo de acompanhar o treino com o clube ali na praia Vermelha.

Passadas largas e aceleradas pelas mesmas beiradas de ontem mas com uma luminosidade diferente. O céu foi clareando e o sol foi discretamente pintando as beiradas e acendendo o fogo nos prédios lá do outro lado da baía de Guanabara. São Pedro assistia tudo ali de frente para a Igrejinha, talvez rezando para que as águas estejam melhores.

A reza de São Pedro combinada com a minha até que valeu para espantar os rios de espumas que presenciei ontem e o cheiro fétido que havia por ali nas águas das beiradas. Só não afastou o lixo flutuante que ainda impera pelas nossas águas da Urca ao Posto 6. A luz ofuscante do sol ali na prainha do forte São João disfarça a sujeira da água e tudo fica lindo, entre luz e sombra!

O acúmulo pode ser constatado em faixas extensas junto à Praia Vermelha e lá pertinho do Posto 6. Uma lástima pois as águas no Posto 6 estão verdinhas verdinhas e lisas. Ma-ra-vi-lho-sas para um mergulho.

Levamos as meninas com muita calma e deslize pois acreditei que não chegaria a  tempo de acompanhar o clube na remada até Copacabana. Passagem deliciosa no Cara de Cão que era lambido pela maré por ondas grandes e suaves, um verdadeiro sobe e desce sem bater o casco das canoas na água. Delícia de remada!

Bom de ver Juréia e Janaína andando lado a lado. Bom de ver o tráfego de navios ao longe com seus apitos sonoros e contínuos.

Virando na Praia Vermelha a grata surpresa de um céu azul nos aguardando junto com tres canoas montadas de seis remadores ainda na areia. Oba! Da contemplação ao treino!

Desembarque tranquilo nas areias e Carlota que sairia primeiro para me ajudar a carregar a gordinha da Juréia, se enrolou e teve que implorar a ajuda de algum ser flutuante. Veio Andréia, queridíssima! Empurrei minha velha gordinha com muito carinho pois o que Janaína tem de arisca, Juréia tem de estabilidade! Duas boas qualidades!

Deixamos as meninas ali na areia enquanto fomos até  o Posto 6. Nos acompanhou a canoa do Rogério e a outra canoa com os meninos foi para a Escola Naval.

Foi um bom pega do Leme ao Posto 6 e as meninas não deixaram a peteca cair, muito menos a canoa parar! Boa remada até o Posto 6. Melhor ainda a pausa para o mergulho. Maré generosa que tornou a canoa leve na ida mas pesou um pouco na volta. Nada de vento. Oba!

A Lage dorme sossegada ali no finalzinho de Copacabana e em nada se parece com o mar encrespado pelo vento nordeste que chateou ontem à tarde. Nada como um dia atrás do outro.

Na volta alcançamos a canoa do Rogério só mesmo na passagem do Costão do Leme, fico pensando se realmente o sexo feminino continua sendo o sexo frágil nessa história. Em temperamento sempre soube que não, em movimento e energia começo também a duvidar que seja.

Depois de lavar Janaína e Juréia que esperaram pacientemente o nosso retorno, foi hora de jogar um pouco de conversa fora e tomar o rumo para casa.

Acordar cedinho é sempre bom, seja para simplesmente contemplar, seja para acelerar o batimento cardíaco. Basta estar sobre alguma canoa!