Receber um torpedo ainda no escuro com um recado de que hoje não vai remar, não é muito animador. Ainda mais com o dia lá fora insistindo em dormir e a escuridão do quarto insistindo para que os olhos permaneçam fechados. Sorte que ao meu lado alguém briga com a noite e obriga a mesma a ir embora para dar lugar ao dia. Lá fui para a enseada da Praia Vermelha.
Foto da Carlota
O céu lá no horizonte de Niterói anuncia que o sol vai finalmente dar o ar da graça e assim tudo vai ficar muito diferente. Aliás, as cores do dia hoje estão de deslumbrar!
Um pouco de atraso e quase não levo Abaeté ao mar pois os meninos já estavam fazendo a festa na montagem das canoas individuais. Quase levam os iacos de Abaeté... ufa!
Estavam lá na areia Hugo, Fábio, Thiago, Pedrinho, Silvinha, Chinês, Carol e Alessandro formando um mar de gente colorida combinando com as canoas. Colocamos Abaeté e Juréia lado a lado e Alessandro arrumou logo uma canoa para nos acompanhar já que os meninos rapidamente se lançaram ao mar. Eu, Carol e Carlinha arrumamos tudo com muita calma assistindo o dia nascer, conferindo as ondas quebrando nas beiradas e a sensação gostosa de não sentir nenhum vento para nos atrapalhar.
Foto da Carlota
O mar continua anárquico, dá pra perceber na entrada. Percebemos mais ainda na virada do Leme. Mas diferentemente de ontem, está batendo menos nos cascos das canoas e com uma ondulação fantástica e gostosa nos levando até o Posto 6. Estranho, a ondulação hoje parecia boa para ir e parecia boa para voltar.
Alessandro voltou rápído da Ilha do Anel pois sentiu uns estalos na canoa e nunca é bom arriscar. Seguimos eu e Carla sobre Abaeté e Carol ao nosso lado com Juréia. Estava delicioso de remar.
No caminho uma nuvem pesada e única cobria o sol para nos refrescar, o resto era só ceú azul e a cidade maravilhosamente colorida.
Foto da Carlota
Foto da Carlota
Aqui vem então a resposta para o título. Tahiti ou Evolution? Qual canoa é melhor? As canoas feitas pelo Roberto e pela Paula ou as canoas fabricadas pelo Diego? Respondo: as duas! Cada qual com suas características como já andei arriscando por aqui pelo blog. Só mesmo remando para entender!
Na volta Juréia veio mais por dentro acompanhando de longe Abaeté que vinha pela entrada do canal, lá fora, tentando aproveitar a ondulação de sudoeste. Na chegada da virada do Leme Juréia ficou mais atrás naquele anarquismo de dar gosto! Passou rente ao paredão mesmo com as ondas atacando a ama. Taí, uma característica boa da velhinha... estabilidade!
Foto da Carlota
Sob Juréia um mar de espuma contrastava com a beleza do Pão de Açúcar. Talvez fosse o glacê que derreteu com o sol que abriu e deslizou para as águas.
Na chegada um aceno para o Jorginho e Daniel que puxavam a rede e depois um desembarque arisco de Abaeté. Juréia saiu com mais classe.
Pronto, nenhum torpedo deveria ser capaz de nos demover da idéia de sair ao mar. Me arrependo de não ter retornado o torpedo insistindo para que a idéia fosse outra, a de remar e de colorir o dia como colorimos. Nessa guerra da cama contra o mar, tomara que as beiradas me convençam sempre.
Hoje, lá da Urca, saimos de caiaque, Eu, Flávia, Bruno, Marquinhos e mais um remador cujo nome esqueci. Fomos dar uma volta na Cotunduba num mar agitado nas beiras das beiradas. Deborah também foi com a gente. Alê e Iuri foram pra outros cantos. Uma canoa de 6, com 4 remadores do UCC, tendo o Paulo no leme, saiu mais cedo pro treino. A manhã estava linda. O céu povoado de gaivotas, das quais reconheci apenas Zuleide e Zoraide, tinha essas nuvens das fotos, verdadeiras esculturas de vapor. É um prazer remar. Prazer comparável ao prazer de ler as linhas das beiradas, contemplando essas fotos tão bonitas, cada vez mais bonitas, do mar, dos morros, do povo flutuante...
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