10 de outubro de 2010 Regata da Escola Naval

Ufa! O dia estava bem melhor do que ontem, até mesmo uns raios de sol arriscavam colorir as beiradas. Cedo estavam vários remadores na Praia da Urca para ir remando até a Escola Naval onde aconteceria a 21a Meia Maratona Náutica da Escola Naval. Já estavam por lá Lariana com Antônio, Bruno com Marquinhos, Rodrigo e muita gente de caiaque. Um número bom de canoas havaianas também estava por ali, duplas, canoas de seis da categoria feminina, masculina e mista.

As águas continuam escuras mas não se pode desejar outra coisa dali do miolo da baía da Guanabara, mas não havia muito lixo flutuante e o dia estava com um colorido fantástico, um cinza azulado que deixava bem demarcadas as linhas do horizonte. Muitas algas no mar.

A largada seria às 8 e meia, sendo assim, sete e meia já partíamos para depois do aeroporto Santos Dumont. Eram tres canoas da Praia Vermelha Va_a andando quase juntas, ao menos no coemço do trajeto. Na passagem depois do Forte do Lage vagalhões de ondas nos faziam gritar de delírio e uma maré ondulada fez a canoa fluir bem até a largada. Fomos treinando sincronia num deslizar bastante confortável. O sol já saía e esquentava bem.

Depois de um tempo paradas por ali confraternizando, pegando os coletes de marcação e as instruções finais, foi dada a largada. Antes devo confessar que teve um pequeno abalroamento da minha canoa com um caiaque. Eu sei, era eu o leme, deveria não falar no assunto. Mas é necessário para alertar para a maré danada que aos pouquinhos arrasta as embarcações para o lado e se não ficarmos atentas podemos causar algum estrago. Foi mal.

A largada foi uma gargalhada só com o ataque de riso que deu na equipe pelo susto da Mariana ao ouvir o tiro de canhão!
A ida foi um pouco tumultuada enquanto as canoas não se dispersaram. A largada dos caiaques foi depois das canoas havaianas mas não tardou muito alguns foram nos alcançando. Mar bem agitado mas delicioso de enfrentar, ondulação vindo de frente e a reta era em direção à bóia que delimita o canal entre o forte do Lage e Niterói. Contornada a bóia deveríamos passar por trás do Forte do Lage e seguir em direção ao Cara de Cão fazendo a reta até a estátua de São Pedro.

- Atenção na ama, a ondulação vai atacar a canoa pela esquerda!

Remadas na esquerda, corpos inclinados para a esquerda e sobe a ama, desce a ama e de longe eu vi as ondas bem grandinhas descendo ao lado do Cara de Cão.

- Uiiiiii, uau!

Foi uma delícia a adrenalina causada pela ondulação. O único conforto era que a outra equipe feminina nem dava sinal, poderíamos passar com mais cautela, mas sem afrouxar a remada.

Passada a turbulência descemos as ondas em direção à praia da Urca mas sem muito surf já que a maré estava vazante.

O resto da viagem seria em águas calmas e o vento havia dado um refresco. O sol entrou forte em seu lugar para causar um certo desgaste na reta da Praia do Flamengo.

Mas ali de frente ao Forte Lage e já chegando na bóia de marcação perto do aeroporto, a corrente voltou a ficar generosa e a canoa voltou a navegar bem. As forças vão e vem, mas trabalho em equipe é isso, uma segurando o cansaço da outra e quem não cansa nunca segue enfiando a pá na água!

Passando ao lado da Escola Naval ainda tínhamos que caçar uma bóia lá pros lados da ponte Rio Niterói, ai, como pareceu longe! Nada da outra canoa feminina, isso dava um certo alento.

Contornada a bóia, as forças são renovadas e entre remadas e chamadas a canoa voou em direção ã chegada. Nos nossos rostos os respingos da água e o vento causado pela turbina de um avião que acelerava para decolar. O barulho era ensurdercedor e inspirou a canoa a voar também. Cruzamos a ponte de chegada aliviadas com o fim da prova, mas não era o fim da remada, ainda haveria a volta.

Devagar nos dirigimos para o deck para buscar o kit lanche e as camisas e encontrar as outras equipes.

- Olha o poste! Olha o poste! Vai bater!

- Remem, putz, reeeeememmm!

Crunch, crash, splash! Direto no poste.

- Aiiiiiii.

Pois é, fui passar entre as pilastras e de repente todas param de remar para avisar que a canoa vai bater. Difícil com aquela maré que faz a canoa andar para o lado conseguir desviar sozinha uma embarcação comprida e pesada daquela. Resultado? Uma vídeo cacetada! Minha fama de barbeira acentuou...

Depois foi a volta para a praia da Urca, onde deixaríamos as canoas. Terça buscaremos para levar para a Praia Vermelha.

A volta foi uma delícia, pareciam que as forças haviam sido recuperadas com o lanche e um pouco de água. Ondulação agitada pelo vento contra mas a canoa foi singrando as ondas aproveitando a corrente a favor. Em pouco tempo estavam todos de volta acomodando as canoas em um canto da praia.

 

Valeu a manhã. Agora posso confessar o meu desânimo ao acordar e pensar que só haveríamos nós por lá na Regata e ainda enfrentaríamos chuva. Nem um, nem outro. Um sol gostoso, uma remada diversificada e cheia de energia. E ainda, muitas, muitas canoas prestigiando o evento. Foi lindo! Poucas fotos e muita filmagem, quando editar o filme do trajeto de uma hora e quinze minutos tentarei postá-lo aqui.