Mais um amanhecer vermelho com céu limpo e de tirar o fôlego. Nenhum amanhecer é igual, o dia tal qual a vida, se renova a cada instante e quem tem olhos pra ver nota a diferença diária entre os céus vermelhos e as beiradas negras das encostas.
Hoje era dia de não querer voltar do mar, de se deixar ficar no deslizar das correntes em uma mar liso liso de gargalhar de felicidade.
Mas chega de poesia e vamos ao que interessa: as condições das beiradas. Diria que hoje as condições eram extraordinárias para uma ressaca de dia de Iemanjá. Com exceção de um barquinho aqui, uma oferenda ali, o mar não estava enfeitado de presentes. Entre um trecho e outro alguns caminhos de detritos.
O percurso de hoje se estendeu da Praia Vermelha beirando o forte de São João e, após o encontro com amigos em dois caiaques duplos e em um individual, rumamos para Niterói em direção ao forte Barão do Rio Branco. Surpresa indescritível ao aportarmos numa pequenina praia à direita do forte (para quem vem do mar). Águas transparentes e frias, perfeitas para um mergulho silencioso. Diga-se de passagem que a entrada e permanência nessa enseada é terminantemente proibida pois trata-se de área militar.
Tartarugas, pássaros, muitos mexilhões e vegetação aquática colada nas pedras mostravam um Rio completamente diferente daquele visto costeando as beiradas da zona sul.
No retorno viemos ajudadas pela maré que enchia a baía mas de acordo com o comentário de Flávia parecia que estávamos em plena Avenida Rio Branco diante do tráfego de embarcações existente no canal. Algumas estavam paradas, pescando.
Na beirada do Forte São Luís, Janaína se despediu e voltou costeando o mar tranquilo pelo costão do Morro cara de Cão até as areias da Praia Vermelha. Alguns sacos plásticos, devidamente recolhidos, mas no geral uma visão incrível do chão do costão com uma visibilidade absurda.
No mar foram avistadas, além das dezenas de embarcações no canal, duas canoas havaianas oc6, duas oc1 e tres caiques, sendo dois duplos e um individual.
Mais um dia de beiradas merecidas, de um Rio de Janeiro prazeiroso e da sensação plena de que viver custa muito pouco mas vale muito!
Ao mar! As beiradas de hoje estão valendo...
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