domingo, 28 de fevereiro de 2010

28 de fevereiro de 2010


O dia amanheceu com sol surpreendendo a previsão de chuva ininterrupta para hoje. As nuvens só vieram a partir do meio dia, mas sem chuva. O trajeto foi da Praia Vermelha para Charitas e volta.
A previsão era de ondas grandes e logo podemos conferir ali no costão do Pão de Açúcar, a maré estava vazante e as enormes vagas estavam em direção à baía, o resultado era Janaína no topo de uma vaga enorme descendo freiando, uma diversão que pedia bastante atenção, principalmente chegando no Forte Lage.
Ali no Lage encontramos outros canoístas e rumamos para Charitas. MUITO LIXO, como nunca vi em toda a minha vida da Praia Vermelha até Charitas, muito cuidado para as madeiras não quebrarem o barco ou o leme ou mesmo o remo. Lixo de todo tipo, cabeceira de cama, boneca, garrafas pets mil e uma imensidão de lixo de perder de vista. IMPRESSIONANTE!
Na volta ao meio dia o lixo ainda se mantinha em quantidade absurda fazendo com que o ritmo da remada fosse bastante lento para não carregar lixo com o leme e nem danificar a canoa.
A saída de Charitas foi com mar calmo e acreditamos que as condições haviam melhorado, mas ao chegar no canal Janaína parecia um touro bravo com ondas vindo de todas as direções e tentando insistentemente me arremessar longe da canoa. Por duas vezes fui catapultada para o alto mas me agarrei com toda força a Janaína. Uma virada ou uma caída no mar e haveria bastante dificuldade em retornar pois além do cansaço do esforço do equilíbrio, a ondulação estava SINISTRA. De acordo com Rodrigo o mar estava anárquico!
Foto do Rodrigo
No costão do Pão de Açúcar a situação ficou ainda pior com ondas de todos os lados obrigando Janaína a se afastar das beiradas e mirar na Cotunduba para só depois traçar uma reta para a Praia Vermelha. O mar avisava para passar longe das beiradas!
Em um momento Janaína me arremessou para o alto e por pouco não seguiu sozinha. Parecia mesmo um touro bravo. Rapidamente retornei ao banco e voltei ao ritmo cauteloso e forte para me livrar daquele trecho.
O desembarque na Praia Vermelha não foi tão complicado e olhando das beiradas redobro o meu respeito com o mar, o que se vê da areia definitivamente não espelha o que se vive lá fora.
Agradeço o desembarque sã e salva com Janaína intacta, uma verdadeira lição. Tal qual se lê nas placas das estradas: ACREDITE NAS PLACAS, ACREDITE NA PREVISÃO.
Valeu a remada, o encontro com os amigos e o aprendizado dobrando o meu respeito com as águas que margeiam e se afastam das beiradas.


Não valeu o mar de lixo!

Segue relato do Vinícius.

"Olá remadores da BG.
Hoje, depois de um bom tempo sem remar pela Baia, sai pela manhã com o pessoal CRG (Guanabara), eu, Tuffi, Márcia, Sr Humberto e Marcão-remo. Inusitadamente nos deparamos com muito lixo flutuante proximo ao canal a caminho da I. Lage.
Por acaso resolvemos pegar apenas os resíduos que vinham muito próximo e até se chocando com os caiaques. Encontramos desde de garrafas PET até tubo de televisão flutuando em frente a Lage e estes foram os que conseguimos coletar. A deriva ficaram muitos troncos de árvores e pedaços grandes de madeira, além de muito mas muito plásticos que desavisados podem até se acidentar durante a noite.
Segue uma lista do material que conseguimos recolher sem esforço numa curta remada a I.Lage na manhã deste último domingo de fevereiro.
15- garrafas PET
2- embalagens de Shampo
1 – garrafa térmica
2- vidros de perfume
1- desodorante
1- sandália plataforma
1 – mini barril de cachaça
1- cabeceira de cama
1 – mesa criado mudo
1 – Tubo de TV de 20”
Seguem as fotos desta triste realidade que de tempos em tempos presenciamos na futura raia olímpica de esportes náuticos, nossa ilustre Baia de Guanabara.
Mantemos este contato, gostaria muito de colaborar para iniciarmos uma campanha sobre o lixo flutuante na BG.
Forte abraço e ótima semana
Vini"

Rodrigo Magalhães

"E ainda tinha: balde plástico, bonecas, saco de ração animal, embalagens de produtos de limpeza (limpam nossa casa e sujam a casa de todos), enfim, um grande "mercado" a céu aberto."



sábado, 27 de fevereiro de 2010

27 de fevereiro de 2010


Mar grande? Nem tanto, com todo o respeito...
Festa para as canoas, stand up's e fun's no Posto 6. Festa também para os fanfarrões das canoas havaianas de seis remadores com direito do banco 1 descer até em pé!
Ondas cheias mas com paciência e tempo, para aguardar a série, dava pra fazer a festa no surf de Copacabana.


As águas? Ah, as águas ainda deixam a desejar... Escuras, línguas de sujeira, algum lixo boiando aqui e outro ali e temperatura ainda fria mas muito agradável.
Nos costões do Leme e na lage do posto 6 um pouco de turbulência mas nada que nos fizesse recordar a prática do bambolê da adolescência, passagem esperta, remada firme e a canoa cortava as ondas sem maiores desvios das correntes e ondulação.
Quem acordou cedo não se arrependeu com o clima agradável e o sol protegido pelas nuvens protetoras de nossas queridas cútis!
Previsão para amanhã é do mar baixar ainda mais mas há promessa de chuvas. Nada que nos tire a vontade de ir conferir as beiradas do Rio e também de Niterói.
Para quem não foi remar ainda vale a pena conferir o mar no Posto 6, uma bela diversão para um sábado a tarde. Quem sabe não estará menos crowd?

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

26 de fevereiro de 2010

"Hoje foi um dia bem peculiar:

Na boca da barra, estava um bocado turbulento e haviam 4 lanchas da marinha bloqueando o canal da entrada da baía. Fomos abordados 2 vezes por eles que informaram que a passagem estava proibida, devido a entrada de uma embarcação de grande porte. Após uma breve deliberação com os marinheiros, ficamos aguardando a passagem da nau, na sombra do lage. Valeu a pena esperar. Um grande porta aviòes dos Estados Unidos passou bem a nossa frente com seus marinheiros no convés, juntamente com um bando de F-18.(chocante! ).

Em seguida, ficamos bastante tempo no lage e, ao regressarmos, percebemos que uma escuna abandonada, de nome Bom Tempo, estava com a linha dàgua muito alta e rumamos para ela. Chegando no barco, que estava ancorado próximo ao canal de entrada do Iate Clube, ficamos encostados nele e, de repente, a popa começou a ser puxada para cima do convés do barco. Ele estava afundando!!! Em pouquíssimo tempo, a água já estava cobrindo todo o convés e o casario. Ficamos tristes, sem saber o que fazer, até que uma pequena traineira se aproximou e, após cortar o cabo da ancora, amarramos uma corda para rebocar o barco. Porém, ele está todo podre e acabou quebrando a haste onde amarramos a corda. Resultado: o barco, agora, está afundado entre a estátua de São Pedro e a igrejinha, deixando somente a proa, popa e mastros para fora dágua.

Ao que parece, esse barco gosta de beber agua salgada, pois já havia sido resgatado do fundo do mar uma vez e, acaba de retornar pra la.

No mar, nunca um dia é igual ao outro.

Um abraço,"

Fitaroni.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

25 de fevereiro de 2.010

O mar esteve hoje muito parecido com o mar de ontem, águas escuras e frias. Mas ao contrário de ontem, lambia suavemente as beiradas. Estava liso, quase sem ondulação talvez se preparando para a previsão de ondas grandes para o sábado.
Uma pequena chuva que insistiu em cair em espaços de tempo aliviava um pouquinho o calor.
Várias canoas havaianas individuais acompanharam duas oc6 até o Posto 6, onde havia quantidade razoável de lixo aparente boiando, uns sacos plásticos aqui e outros ali e o único prazer do mergulho se resumia na temperatura fria da água.
As areias da Praia Vermelha continuam bastante sujas.
Na saída  da Praia Vermelha um rápido encontro com Rodrigo e Cândido que partiam para uma remada de caiaque duplo.
Às 8 horas a chuva começou a cair mais forte e assim continuou por todo o dia, refrescando um pouco a temperatura insana que vem fazendo verão afora e alisando o mar.
Não sei das beiradas da Praia Vermelha pra dentro da Baía, apenas foram conferidas as beiradas da Praia Vermelha até o Forte do Posto 6, mas não creio que hajam grandes diferenças na escuridão das águas e na sua temperatura.
O Rio ainda aguarda por dias melhores, as águas permanecem devendo à beleza do contorno e o povo e seus governantes continuam deixando muito a desejar...

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

As Sujas Areias das Beiradas

Oi Pessoal

Nada disso é novidade, mas as vezes podemos ficar na esperança de melhoras que não acontecem.
Mas continuemos a fazer cada um a sua parte e tentar abrir os alhos daqueles que se fazem de cegos.

Hélio Sanchez



23 / 02 / 2010 Fezes de cachorro e restos de comida lideram poluição nas praias do Rio


Fezes de cachorro e restos de comida lideram o ranking de poluição nas areias das praias do Rio. A informação é da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e foi publicada na edição desta segunda-feira (22) do "Diário Oficial" do município.
Segundo a secretaria, o novo relatório que avalia 35 praias da orla carioca aponta que ainda é preciso intensificar a fiscalização e estudar o uso de placas para avisar sobre a qualidade da areia aos banhistas.
Uma das mais famosas praias do Rio, Ipanema continua não recomendada nos trechos do Arpoador e na altura da rua Maria Quitéria, com taxas de coliformes fecais acima 30 mil por 100g. Antes na mesma situação, o trecho da rua Paul Redfern evoluiu para a cotação máxima, considerada ótima, com taxas de até 10 mil coliformes por 100g.
A pesquisa apontou que a Praia Vermelha, na Urca (zona sul), não está recomendada para os banhistas porque tem taxas de coliformes fecais acima 30 mil por 100g. Outra praia que merece atenção é Copacabana, na altura da rua Souza Lima, que é considerada regular para os banhistas por apresentar entre 20 mil e 30 mil coliformes fecais por 100g.
Alguns banhistas também aproveitam a falta de fiscalização para levar cães para passear nas areias da praia da Reserva, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste da cidade. No local, o estudo registrou entre 10 mil e 20 mil coliformes fecais por 100g.
A secretaria informou que o boletim corresponde ao período de coleta do dia 24 de janeiro ao dia 8 de fevereiro. Novos exames serão feitos a cada 15 dias.
As únicas praias que registraram a qualidade da areia considerada ótima por especialistas foram a Barra da Tijuca, Praia do Pontal (Recreio dos Bandeirantes) , Prainha e Grumari, na zona oeste, além de São Conrado, na altura do hotel Nacional e Ipanema na direção da rua Paul Redfern, na zona sul.
Não recomendadas - Entre outros locais não recomendados estão as praias da Guanabara e da Bica, na Ilha do Governador (zona norte), Central, na Urca (zona sul), praia de Botafogo (zona sul), praia da Engenhoca, na Ilha do Governador (zona norte) e as praias da Moreninha, José Bonifácio e Imbuca, na ilha de Paquetá, que apresentam areias em situação regular, com taxas de coliformes fecais entre 20 mil e 30 mil/100g. (Fonte: Folha Online)

24 de fevereiro de 2.010


O sol começava a aparecer atrás das Ilhas às 5:50 e prometia bastante calor. O mar continua com águas muito escuras mas sem tanto lixo aparente.
As areias da Praia Vermelha estavam bastante sujas.
O percurso traçado hoje por Janaína foi da Praia Vermelha a Ipanema contornando a Ilha do Anel na volta. Por todo o percurso águas escuras e frias mas com menos lixo aparente boiando.

Na beiradas dos costões o mar pedia um pouco de atenção mas sem assustar e Janaína ficou por um bom tempo vendo as ondas bater na lage do posto 6 onde faziam mais barulho do que aparentava o movimento.  Mas o repuxo ali pede bastante atenção pois vira e mexe chegavam as séries lambendo as pedras e pedindo distância aos remadores.

No entorno da Ilha do Anel águas muito escuras mas sem tanto lixo aparente boiando.
O mar estava com uma corrente deliciosa tanto para ir quanto para voltar e Janaína deslizou suavemente até a areia sem qualquer turbulência.
No mar uma oc1 além de Janaína e uma oc6. Mas após o desembarque de Janaína partiram dois caiaques individuais e aportaram na areias da Praia Vermelha a dupla de caiaques Faísca e Fumaça com SidGrillo e Antônio, que vieram se juntar à Flávia, já na areia depois de remar por outras beiradas.
Saiu também mais tarde a oc4 Maia para conferir as águas na Ilha do Anel e levar os remadores para um mergulho nas águas escuras porém deliciosas de fria!



Mas as águas continuam sujas, um bom banho de cloro ainda é necessário!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

23 de fevereiro de 2.010

Estou de luto, Janaína descansou no cavalete e espero que esteja de costas para o mar para não se entristecer com tanta escuridão. Que essa posição não seja em repúdio às beiradas ou ao mar, mas em repúdio a nós que deveríamos zelar pelas beiradas e vira e mexe pecamos em pequenas atitudes e imensas omissões.
Flavinha guerreira sabe que as beiradas muitas vezes nos deixam em êxtase de felicidade e para sorte do blog, insistiu na remada matinal e manda o seu recado.


Rumo à Praia Grande- Outras beiradas

"Hoje o mar parecia uma sauna, não pelo calor, pois não fazia calor às 6:50 quando entrei na água na Praia da Urca em direção à Cotunduba. Parecia uma sauna porque não dava pra ver Niterói, somente uma sombra. O mesmo com as ilhas. Aliás, hoje foi tudo muito estranho, vi somente 2 gaivotas, mais nadinha no céu. Já o mar lambia as pedras como se fosse uma língua gigante, não batia com força. E também eram poucos os barcos com seus pescadores. Tudo muito quieto. Será que os pescadores e as gaviotas marcaram de dormir até mais tarde hoje?

Infelizmente não era tudo estranho: o mar estava escuro, e sujo. A sujeira hoje estava acumulada como se fosse uma corda, ou seja, havia espaços imensos sem sujeira para de repente surgir um corredor de sujeira, cercando o caiaque. Tem horas que eu desejo que não houvesse Comlurb, e a sujeira acumulasse em montanhas por toda a cidade. Talvez assim as pessoas veriam a imundisse que todos produzimos e fazemos."
beijos
flavia

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

22 de fevereiro de 2.010

Que triste despedida do horário de verão! Se sábado o mar estava um lixo, no domingo assim permaneceu e hoje bateu o recorde de imundície!
Nem mesmo nas raias da USP em São Paulo beirando o rio Tietê senti um cheiro tão podre e vi tanto lixo boiando. Esgoto in natura!
Há que se ter muito poder de abstração para remar nessas beiradas. Nem mesmo a deslumbrante imagem do Cristo Redentor de braços abertos nos distrai nessa hora. Não me assustaria se visse a imensa estátua fechando os braços e com uma mão tapasse os olhos e com a outra o nariz.
As informações sobre as águas de ontem vieram pelo Chicó, meu parceiro de remada de hoje. Janaína foi poupada de tanto horror e permaneceu nas areias da Praia Vermelha ontem e hoje. Nos levou Abaeté hoje e Juréia levou Chicó ontem.
Chicó disse que o mar estava bastante sujo no trajeto que fez da Praia Vermelha a Ipanema, mas que melhorava um pouco ao chegar ao Arpoador. Só vendo para crer. Até porque se as condições de hoje e sábado eram o horror que vi, não sei como no intervalo deixariam as beiradas respirar.
Fiz o trajeto Praia da Urca ao Clube Guanabara beirando quase a praia do Flamengo e retornando costeando a pista de corrida passando pela Pirâmide (Monumento em homenagem ao pobre do Estácio de Sá). Um fedor de horrorizar e temer qualquer respingo. Uma delícia para as minhas já bem dotadas e alojadas bactérias!
Me recuso a acreditar que os pedaços de paus que vi boiando eram cocô, mas o que não faz nosso desejo por uma mar limpo beirando o Rio? Engana até mesmo nossos olhos, eram cocô!
Onde está a comissão olímpica? Onde estão os políticos sorridentes que comemoraram a vinda das olimpíadas para o Rio? Garanto que remando não estavam ou então se envergonhariam do grande feito e se sentiriam constrangidíssimos em dar assento cagado para as visistas sentarem em sua sala de estar!
Valeu apenas o encontro com alguns amigos, Fumaça e Faísca saindo de caiaques com Sidgrillo e Antônio e o pessoal da canoa havaiana colocando uma oc6 pra conferir a triste história da beiradas do Rio!
Aliás Antônio, não sei como suas mariolas não foram lançadas ao mar num jato de vômito pois as águas estavam de embrulhar o estômago...
Flávia remou hoje também, desencontramos mas vai aí seu relato...

"Fui remar mais tarde hoje e vi uma tartaruga morta logo ali na saída da PU onde os pescadores pescam. O Bruno viu que tinha uma corda no pescoço dela, acho que se enroscou com linha de pescador? ...Fiquei a olhando, ela ali parada, as patas se movendo pelo movimento das aguas. Pequena, filhote. Fiquei fazendo um pouco de carinho (que é mesmo pra fazer carinho na minha tristeza, pois afinal ela já estava morta) e sem pensar (pois se pensasse não teria feito) coloquei a tartaruga em cima do caiaque, e remei lá pra Cotunduba e larguei a tartaruga no mar. Claro, o fedor empestiou o caiaque, mas acho que valeu à pena. Deixar ela se desintegrar em alimento no mar em vez de na imunda baía, né? Eu fazia isso com um namorado lá da California, o David, para todos os animais mortos que encontrávamos na estrada, a gente parava, e os levava pra morrer em cima da terra, e não derreter no asfalto. E mais um tempo de silêncio e preces para lembrar que afinal vamos todos morrer. Simples."

Hoje estamos de luto, Janaína já está pelas beiradas com tanto descaso! Nada de fotos já que as fotos tiradas são do contorno do Rio e tais como os postais disfarçam a realidade suja que vemos ao chegar mais perto!



sábado, 20 de fevereiro de 2010

20 de fevereiro de 2.010

Lixo! Um mar de lixo! 7:15 Janaína entrou no mar da Praia Vermelha em direção ao forte Lage. Muito sol, um dia típico de calor se despedindo do horário de verão.
Como recompensa da remada um mar de bactérias embaixo do braço. O Rio de janeiro mais uma vez grita socorro.
A não ser pela quinta feira fatídica dos ratos boiando, não me lembro de ter visto tanto lixo boiando. A todo momento um lixo travava no leme de Janaína ou batia no seu casco.
O mar estava bastante agitado para os lados da Praia da Urca e a corrente forte levava rapidamente o lixo em direção ä Praia Vermelha.
Foi um passeio rápido pelo pouco tempo disponível mas ainda que houvesse mais tempo, nem a agitação do mar e muito menos o acúmulo absurdo de lixo estimulava um roteiro um pouco mais longo.
Vale a remada para o movimento, vale a beleza das beiradas que é inegável, mas vale também um grito de alerta: as beiradas do Rio estào um LIXO!!!!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Intervalo 13 a 17 de fevereiro - Outras águas




Paraty Mirim



Hoje na verdade são 18 de fevereiro de 2.010 e não vou postar sobre as condições de hoje pois Janaína não foi ao mar. Precisava de um descanso depois de cinco dias navegando por outras beiradas.
Chove no Rio e em suas beiradas desde cedo, acho que poucos foram ao mar.
Janaína nesses dias navegou entre Paraty Mirim e Martins de Sá. Águas limpas, claras, às vezes levemente turvas mas sempre limpas. um mar magnífico e uma travessia da Ponta da Juatinga que não se assemelhava em nada ao Cabo Horn. Obrigada ao mar que nos deixou passar sem maiores burocracias. Apenas uma passagem mais dura, na volta no Saco do Mamanguá, cortando a ondulação e contra o vento mas tudo correu bem. Até essa passagem mais difícil foi enfrentada com serenidade depois de cinco dias de energização e o conhecimento de que o fim da viagem seria logo ali na pontinha, depois de onde o sudoeste faz a curva. Uma pena...
A viagem merece um relato extenso, mas a falta de tempo deixará apenas fotografias. o relato ficará para um outro momento, uma outra página, uma outra beirada...


Saco do Mamanguá na ida


Praia Grande


Ponta da Juatinga


                                                                    Rio em Martins de Sá


Martins de Sá


Amanhecer nas areias de Martins


Entardecer nas águas de Paraty Mirim

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

12 de fevereiro de 2010

Quando Janaína entrou no mar o sol subia atrás das Ilhas de Niterói e já fazia um certo calor. A praia Vermelha estava ainda suja mas sendo limpa pelos garis já cedo, sendo assim podia ver uns montinhos de lixo aguardando ser recolhidos.
Debaixo das canoas oc6 no canto direito da praia acordava um dos ajudantes das barraquinhas de praia.
O mar estava muito calmo mas as águas estavam bem escuras, mas forçando uma barra perto das beiradas dos costões dava pra ver um pouquinho do fundo.
Muita sujeira aparente boiando e a Ilha do Anel continua suja.
Um imenso navio passou entre a Cotunduba e o costão do Leme mostrando o quão alerta devem ficar os remadores. Soube que esse canal foi dragado e tem uma profundidade de 17 metros.
O percurso traçado hoje se limitou a uma volta no Anel, uma estadia prolongada na enseada na Cotunduba e após, o contorno da mesma. Atrás da Ilha da Cotunduba o mar batia um pouco ficando mais mexido na ponta direita de quem olha para o litoral. Mas nada que atrapalhasse o navegat, apenas um pouco de atenção nas popadas da canoa para não ser catapultada.
Janaína recebeu a visita de uma tartaruga curiosa na enseada da Cotunduba mas aprendi que ainda que fique imóvel por intermináveis 15 minutos, a curiosidade  da cascuda não é suficiente para mantê-la na superfície. Tres breves cumprimentos e sumiu nas águas escuras.
Ao virar a Cotunduba para a praia Vermelha uma cadeirinha de bebe para carro nas pedras chamava a atenção, não fosse o mar encrespado dificultando a chegada no costão, seria um bom exemplo para a futura exposição de lixo que os remadores do Guanabara estão planejando.
Todas as canoas descansavam nos cavaletes e apenas cruzei com o imenso navio e alguns barcos. Na volta, quase chegando perto da ilha do Anel vejo passar ligeiros, em direção a Cotunduba, Faísca e Fumaça em seus caiaques duplos levando dois remadores. A sincronia dos remos imprimia uma velocidade tal que sequer pude fotografá-los.
Desembarque muito tranquilo nas areias da Praia Vermelha e mais um dia ganho mesmo que com um curto passeio até a Cotunduba. Mas as águas estão sujas e escuras nas beiradas da praia da Urca, o que ofusca um pouco o deslumbramento da visita ao mar!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

11 de fevereiro de 2.010

Hoje Janaína não foi ao mar mas as notícias são boas.

"Mar quase flat, água limpa, lindo dimais sô !!!!!!!!!"

Alessandra Rocha



E lá vem o Rodrigo

"Então, Lê...
O lixo hoje não estava tanto nas beiradas, exceto nas beiradas do Anel. Ui!!!.
Mas na Cotunduba tinha bastante lixo agarrado nas fendas. Algo que dá pra encher uns dois ou três sacos de lixo de 60 litros.Também vi uma porta, ou tampo de mesa, sei lá. essa dava pra fazer um estrago no casco de um barco.



Saindo do mar para o céu, veja a foto de uma típica cirros-cúmulos.

Também fiz uma foto da Kiki fazendo o Nam-myoho-rengue- kyo. Pedi que as forças do universo permitam a evolução humana, minha e de todas as pessoas.

Quem sabe..."

Beijos

Choque de Ordem na Praia da Urca

Notícia do jornal O GLOBO on line, do dia 11/02/2010, in verbis:
Choque de ordem
Seop retira casal que morava em área do Cassino da Urca há 32 anos

Publicada em 10/02/2010 às 14h10m
Simone Candida

RIO - Fiscais da Secretaria Especial da Ordem Pública (Seop) retiraram, na manhã desta quarta-feira, um casal e uma criança que moravam irregularmente, há 32 anos, em área pública onde funcionavam as antigas salas de banho do Cassino da Urca. Eles ocupavam oito vestiários desativados e uma faixa de areia com cerca de 200 metros, com cercadinho, na Praia da Urca. Os vestiários interligados eram utilizados como cômodos. Os moradores não ofereceram resistência e ajudaram na mudança.

(Coordenador explica como foi a remoção da família)
Um caminhão do Controle Urbano da Seop levou eletrodomésticos, móveis e demais pertences do casal para uma casa em Pedra de Guaratiba. Eles vão receber aluguel social pela prefeitura e poderão comprar um imóvel pelo programa Minha Casa, Minha Vida.
- É inadmissível a ocupação do espaço público e principalmente que a faixa de areia seja privatizada se transformando em moradia. Nosso objetivo foi devolver essa área para os frequentadores da Praia da Urca e, ao mesmo tempo, ajudar a realocar a família que ocupava o local de forma irregular há tantos anos - explicou Marcelo Maywald, coordenador da operação.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Mar sujo e poluído II - A Mensagem do Rio Carioca

Por Rodrigo Magalhães



Sobre o Autor: Romagalha é educador ambiental, fisioterapeuta etiopata, amante e defensor das águas do Rio, estudioso do mar com livro publicado Trilhas do Mar, Conselheiro do Clube Carioca de Canoagem, companheiro querido de expedições e grande pizzaiolo de acampamento.



O Rio Carioca, esse mesmo que exala um fedor insuportável e permanente perto da sua foz, ao lado do monumento a Estácio de Sá, no Aterro do Flamengo, e que um dia foi navegável até certo ponto, nasce lá na serra, no alto das paineiras [1], onde dezenas de pontos brilhantes espalhados pela vegetação formam uma miríade de águas cristalinas que se fundem em um riacho de águas transparentes nas quais, tempos atrás, se banhavam os Tamoios, acreditando que as águas refrescantes do Sagrado Carioca fariam os homens mais fortes e viris, e as mulheres mais belas e formosas.

Na altura da Primeira Represa do Cristalino Rio Carioca, construída no século XVII a montante da arcaria que sustenta o que foi um dia o Largo do Beijo, aqueles que fizeram o caminho pela trilha íngreme que começa perto da Mãe D'água, na Rua Almirante Alexandrino, próximo ao Silvestre, e que sobe serpenteando pelo vale, ainda podem tomar um banho revigorante e sonhar o mesmo sonho dos Tamoios.
Pobres Tamoios; pobre Estácio de Sá; pobre de nós, cariocas; pobre de nós canoístas. O rio que abasteceu a cidade a partir de 1724 é hoje uma fonte de poluição do nosso mar graças à urbanização desordenada, à favelização e ao despejo indiscriminado de lixo e esgoto.

Os sinais de degradação já podem ser percebidos logo abaixo da comunidade dos Guararapes no Cosme Velho. Num trecho descoberto que passa ao lado do prédio situado na esquina da Ladeira dos Guararapes com a Rua Indiana, é fácil observar a coloração cinzenta da água, sentir o cheiro característico de esgoto e constatar a presença de lixo, principalmente resíduos plásticos, que lançados displicentemente nas encostas, termina chegando ao rio que, por fim, os conduz até o mar.

A poluição aumenta conforme o rio vai descendo o vale e recebendo seus afluentes, que também tiveram suas margens ocupadas de forma irregular. No Largo do Boticário, assim como ao lado do terminal de ônibus em frente à Ladeira do Ascura, onde existem mais dois pequenos trechos não canalizados do rio, podemos ver a “evolução” da saúde do Carioca depois de receber as águas servidas das comunidades Cerro Corá, Vila Cândida, Casarão e Vila Imaculada Conceição.

A conexão das comunidades do Vale do Carioca à rede de esgoto, e a construção das galerias de cintura deveriam ser capazes de impedir que os resíduos lançados no Carioca chegassem à praia do Flamengo, contudo, seja a pé, de bike, de caiaques ou canoas, o que sentimos é um forte cheiro de esgoto onde o rio de encontra com o mar.

O rio sagrado[2] dos Tamoios é um símbolo do descaso e do desrespeito com os quais tratamos nosso ambiente. Não só o ambiente Natural, como natureza a ser preservada e admirada, mas também como recurso a ser gerenciado, como lugar para viver e compartilhar, como biosfera, como projeto comunitário, enfim, como ambiente complexo que abarca aspectos morais, sociais, culturais, políticos e econômicos.

Porque com o Carioca temos contato direto remando perto da sua foz, nos lembramos que inúmeros outros rios da cidade estão nas mesmas condições, padecendo dos mesmos males, e de outros até mais graves, que num passado recente causaram verdadeiras catástrofes “naturais”, quando a associação de chuvas fortes, assoreamento e entupimento de galerias de águas pluviais por imensa quantidade de garrafas plásticas e outros resíduos urbanos, provocou enchentes de proporções avassaladoras, desalojando e matando dezenas de pessoas.

Porque ele trás para nós canoístas o mau cheiro do esgoto e toda sorte de lixo, ele nos coloca diante de questionamentos dos quais não podemos nos esquivar. Ele nos cola definitivamente ao contexto da cidade, do país, do mundo. Ele nos revela, com absoluta clareza, que estamos inseridos em um todo planetário, que fazemos parte de um ciclo, assim como a água, que não pertence ao mar, nem ao rio, nem à chuva, nem às lagrimas, nem ao suor.

Um rio não acaba no mar, ele continua no mar, ele gera o mar e é gerado por ele que ao evaporar forma aquelas cirrus, cúmulus, estratos e nimbos, que dançam no céu e nos distraem enquanto remamos, até que o vapor contido nelas se condense e despenque formando de novo o rio.

O Rio Carioca relaciona, assim, de maneira inequívoca, a canoagem com as questões socioambientais mais profundas e urgentes, ultrapassando a reduzida e inocente visão da canoagem como um simples esporte ou como uma forma de imersão na natureza pura, bela e acolhedora, que podemos acessar e usufruir remando para longe da costa, para as ilhas oceânicas, onde o ambiente ainda se revela exuberante com sua explosão de vida, onde podemos sentir o cheiro do mar, nos banhar em águas transparentes, admirar golfinhos e tartarugas.

Ele denuncia a dessacralização e a coisificação da natureza e dos homens que nos obrigaram ao trabalho incessante e nos afastaram da dimensão do cuidado que devemos ter com todas as coisas, e que só resgataremos quando formos novamente capazes de nos sacrificar por aquilo que amamos, como somos capazes de fazer por um filho. O sacrifício que o Carioca nos pede em nome de todos os rios, de todos os mares, de todas as plantas, de todos os animais, de todos os seres humanos, é o de cuidar.

Nós canoístas podemos retirar o lixo flutuante, organizar gincanas de limpeza e mutirões de reflorestamento costeiro. Decerto contribuiremos, mesmo que um pouquinho só, para termos uma paisagem mais limpa e, talvez, até consigamos chamar a atenção para o risco de os detritos comprometerem a realização das provas náuticas na Baía de Guanabara [3] durante as Olimpíadas de 2016. Certamente nos divertiremos bastante, porque qualquer pretexto é bom pra remar. Mas, de certa forma, essas atividades são uma espécie de cuidado que tende a beneficiar mais diretamente a nós mesmos, não representam propriamente um altruísmo, não exige de nós um verdadeiro sacrifício.

O cuidado existe no contexto do afeto. Cuidar significa se preocupar e se dedicar ao que nos afeta. Quando cuidamos, deixamos de pensar em nós para dar atenção ao outro, e isso só é possível quando algo ou alguém tem importância para nós, quando é sagrada. Cuidar não é um simples ato ou gesto particular, é um modo de ser que permeia nossas relações e que requer um sentimento de respeito para com tudo e todos. Esse modo de ser é que possibilita a vivência do valor, e é a partir desse valor que surge as dimensões da alteridade e da sacralidade.

Se o Carioca é importate para nós, então o que o Sagrado Rio suplica é um cuidado consciente, sedimentado numa reflexão profunda sobre valores, a fim de descobrir o que realmente é importante e abrir mão do que não é, e a partir daí cuidar do que importa. Um pequeno sacrifício, baseado no bom senso, na generosidade e na simplicidade.

Rodrigo Magalhães

[1] Na verdade, da nascente até a Mãe D’água, o rio leva o nome de Rio Paineiras. Só depois passa a ser chamado Carioca.
[2] Sagrado é tudo aquilo pelo que estamos dispostos a fazer um sacrifício.
[3] Os detritos podem se prender nas quilhas e bolinas prejudicando o rendimento ou causar avarias sérias nos barcos

10 de fevereiro de 2.010


Meu dia novamente amanheceu um pouco mais tarde e me surpreendi com o céu claro e com algumas nuvens do resto da chuva de ontem.
Ao menos o calor foi amenizado pela forte chuva que caiu e um vento vindo de dentro da baía em direção a Copacabana nos fez acreditar que remaríamos contra o vento. Mas não houve prejuízo algum e o vento se transformou numa leve brisa no trajeto Praia Vermelha - Clube de Regatas Guanabara.
As águas estavam bastante sujas, o que não podia ser diferente depois da chuva. Inclusive o conselho é não tomar banho de mar após 48 horas das chuvas. Nada de mergulho então.

O mar estava muito tranquilo podendo costear as beiradas bem próximo aos costões. Uma tarataruga assustada apareceu rapidamente perto do Costão do Pão de Açúcar e sumiu mais rápido do que apareceu nas águas escuras.
Após o Morro Cara de cão a sujeira aumentou muito. A Baía de guanabara está uma podridão só, ilusão quem acredita nesses projetos de despoluição.
Encontramos Flávia no costão do Cara de Cão mas sabiamente ela não quis nos acompanhar até o Guanabara. Suas informações de que a água para lá fedia não nos animou muito. Depois na troca de e-mail vi porque ela recusou o convite de nos fazer companhia:

"Na área da PU pela manhã parece Av.Brasil. Tem avião, helicóptero, trocentos cheiro de óleo de barcos de pescador e seus motores barulhentos, o ruído constante de milhares de carros, em suma, eu remo dali em direção ao silêncio das rochas."



Mas olho nas beiradas, no Cristo, nas formações rochosas da Praia do Forte São João, cuidado para não respingar água no parceiro e pronto, estávamos sãos, salvos e fedidos na rampa do Guanabara para o Seu Jorge consertar a canoa.
Fazia tempo não remava para esses lados e espero ficar ainda um bom tempo sem voltar por ali, a não ser para buscar a canoa. A água é incrivelmente suja e fedida.
Na volta a caminhada para a Praia Vermelha já sob um sol forte e com a alma lavada da remada. Mal lavada se pensarmos na qualidade da água, mas bem lavada se pensarmos nas beiradas do Rio.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

09 de fevereiro de 2.010

Acordei sem vontade de levantar, mas a sensação de que me arrependeria me expulsou da cama e fui ao encontro de Janaína. Cheguei com o sol já despontando e a oc6 já havia partido. Depois avistei tres oc6 e saí junto com mais cinco oc1.
O dia estava deslumbrante e a água estava razoavelmente clara nas beiradas mas escurecia bem conforme a canoa entrava no mar.
O mar estava completamente flat, ideal para catar mariscos de canoa, Janaína só faltava raspar no costão da Pedra do Leme, uma ondulação suave e favorável mostrava que não haveria arrependimento em se lançar ao mar.
Passagem tranquila pela lage do Posto 6, melhor ainda na volta.
No posto 6 as águas permeneciam escuras mas sem lixos aparentes boiando em todo o percurso. Ao passar pela praia do Diabo o mar como mágica se transforma em um verde esmeralda mostrando sua transparência conforme  a canoa se aproximava da costa.
A falta de ondas divertia os surfistas remando no cotorno da Pedra do arpoador e uma parada para mergulho no Arpoador deu o tom da água, perfeita e fria.
Nenhum vento e o retorno foi deslizante, ajudado pela ondulação que deslocava a canoa sem maiores esforços mas com boa velocidade.
No Forte do leme um helicóptero dava razantes na mata a procura de assaltantes que fugiram pelo caminho do pescador após um assalto. Informações estas recebidas por Jorjão ao desembrcar na Praia Vermelha.
Belo dia, belo mar, belas águas e hoje finalmente o entorno da Ilha do Anel estava transparente e sem lixo, ideal para uma voltinha e um descanso merecido.
Mais uma vez constato que melhor do que a cama às seis da manhã é ver o Rio e suas beiradas de dentro d'água e dentro de águas limpas!
Fotografias assim que encontrar o meu cartão de memória perdido em algum canto da casa...

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

08 de fevreiro de 2.010.

Mais um dia de descanso e Janaína não foi ao mar. Mas em breve virei com informações diretas da escolinha de canoa, da Flávia ou do Rodrigo, que voltava hoje das Ilhas Maricás.
Dia lindo e limpo, muito calor e mais cedo apenas um vento suave.

E chega a Flavinha das águas da baía, que não é essa da foto. A foto é em Ilha Grande:

"Vou começar pela novidade de hoje:

Um pássaro larga um pedaço de peixe, sobras do seu café da manhã, quase em cima de mim logo em frente do caiaque! :) !!!!
Bem...o mar....Saindo da Praia da Urca, estava escuro, com muita pouca sujeira vísivel, pois sabemos como já dizia o grande poeta, "o que os olhos não veêm o coração não sente". Porém o poeta não tinha nariz, pois mesmo sem ver a sujeira, eu podia senti-la, o fedor de óleo era maior do que costume. Continuei remando. Virando no Laje, tudo melhorou, o cheiro se foi e a água continuava com pouquíssima sujeira flutuante.
O mar estava calminho, com um ventinho fraquinho. Fui até Cotunduba, e a água mais gelada continuava bem limpinha, tudo inho hoje. Neste pedaço do mar, mesmo sem sentir a sujeira, o coração continua querendo o mar limpo!"



Já na escolinha que rumou também em direção ao forte Castelo Branco, contornando o forte Laje na volta, as notícias da Karin são de águas claras na Praia da Urca e pouco lixo aparente pro lado de Niterói. Um mar flat flat de não haver ondulação perto do Forte do Laje. Mergulho tranquilo, sem lixo aparente em Niterói, com águas escuras e temperatura agradável.



domingo, 7 de fevereiro de 2010

07 de fevereiro de 2.010

Retorno das ilhas Maricás. Começarei pelo fim e depois retorno. Hoje descobri que embora a menor distância entre dois pontos seja uma linha reta, certamente não é o menor tempo. Aprendi também que margear Niterói até o forte Castelo Branco ou Santa Cruz é o mais sensato para fugir de correntes e ventos no canal. Remei por uma hora e meia com a sensação desesperadora que não saía do lugar. A chegada que seria pela beirada da direita da Cotunduba acabou sendo desviada para a Ponta do Leme, outra alternativa seria ligar para os bombeiros e pedir socorro. Insisti e remei muito forte para vencer a ondulação, o vento e a maré vazante em seu pico.
De presente o voo de uma arraia gigante e preta. Lembrei do susto da Flávia, minha reação não foi outra apesar da felicidade em vê-la saltando.
Voltemos à Ilha de Maricás.  Onde aliás vi as maiores tartarugas que já vi em toda a minha vida.
Saimos às 8 da manhã em um mar completamente liso e muito prazeroso de remar. A ondulação era um presente e nada do vento previsto para o domingo.
Mar limpo e águas muito claras nas beiradas das ilhas Maricás.
Porém ao chegar no final de Itaipuaçú, já chegando em Itacoatiara um mar lodoso, marrom e pesado nos aguardava. A beirada do litoral com o Monte do Moirão, o retorno colado nas ilhas antes de chegar a Camboinhas, o costão de Itacoatiara nos desligava um pouco do lixo, que não era pouco. Ainda se avistava uma ou outra oferenda para Iemanjá além das costumeiras garrafas pets.
Até Piratininga remava agradecendo a dádiva do tempo bom, das águas calmas, do vento inexistente e da tranquilidade que era quebrada por um ou outro barco passando.
Mas ao passar Piratininga e escolher a rota errada volto ao início do texto. Péssima idéia de traçar uma reta em direção ao Pão de Açúcar, toda a paz e tranquilidade nas remadas se transformou numa remada robotizada e desgastante com o olhar fixo nas beiradas do Rio. Pouco lixo na ondulação esquisita e grande no centro do canal, e sequer pude pensar em fotografias. Uma parada e imediatamente eu desperdiçava as remadas fortes que o mar me obrigava a imprimir. Era jogada centenas de metros para trás e para a direção da Barra da Tijuca.
Ufa, uma hora da tarde pude desembarcar na praia Vermelha cheia e com areias escaldantes. Essa reta final me desestruturou mas me ensinou a dar preferência às beiradas e às curtas distâncias das travessias dos canais. É mais belo e mais prudente!

06 de fevereiro de 2.010

Vou postar atrasada as informações do dia 06 pois só retornei hoje, dia 07, da remada para Maricás. Mais um dia lindo nascendo e sete horas estávamos zarpando da Praia Vermelha rumo ao Forte do Imbuí para encontrar outros remadores.
Éramos um caique individual, um caiaque duplo, duas canoas havaianas e iríamos encontrar no forte do Imbuí mais uma canoa havaiana dupla e um caiaque duplo. Marco ficou de nos encontrar na ilha em seu caiaque individual. Chegou à tarde, pois foi costeando as beiradas de Niterói e Maricás.

A travessia do canal foi muito tranquila, com uma leve brisa e o mar um tapete nos poupando para os 25 km que teríamos pela frente. Águas claras e frias e sem lixo aparente. Essa condição permaneceu até Piratininga onde a água passou a ficar mais turva porém sem detritos boiando. Ali nossa correspondente Flávia se despediu do grupo e voltou para a praia da Urca.

Rumamos em direção a ilha de Maricás em direção à ilha Pai, ilha Mãe e ilha Filha e o mar estava sublime, um tapete com uma ondulação favorável embora a corrente estivesse ligeiramente contra.
Muitos barcos de pescadores por ali e um pouco de lixo.
Essas condições ficaram até a beirada que vira em Itacoatiara e ali as ondulações aumentaram embora o grupo tenha se deslocado muito bem.
No princípio pensei que tudo estava favorável mas quando Mássimo disse que a corrente era contra comecei a perceber que minha empolgação não é suficiente para ignorar a corrente, apenas suficiente para deslocar uma canoa contra a maré. Confesso que meu rendimento foi abalado psicologicamente e refletiu um pouquinho nas minhas remadas.
Depois de quatro horas de remada chegamos a Ilha Maricás. O tempo foi em razão a algumas paradas para reunir o grupo já que o ritmo não era igual, acredito que nessas condições e com uma boa disposição 3 horas podem ser suficientes para chegar. Porém, as paradas são fundamentais já que é linda a ilha Pai, o costão de Itacoatiara, as ilhas antes de chegar a Itaipú, vale o ritmo contemplação mas sem se esquecer que tem bastante água pela frente.

Ao virarmos no costão de Itacoatiara podemos ver a ilha de Maricás, mas apenas uma sombra distante. As águas permaneceram frias e vira e mexe notávamos um lixo ou uma corrente de mar grosso como se viesse água de algum canal. Talvez sejam as águas da Lagoa de Itaipú.

Quando conseguimos distinguir a vegetação imprimimos um ritmo constante e mal víamos a hora de chegar. Sol durante todo o percurso.
A Ilha é linda, águas transparentes e limpas e umas beiradas de enlouquecer. Porém, muita sujeira na ilha, garrafas pets, sacos plásticos, restos de mariscos e um descompromisso total dos pescadores, já que estes são os frequentadores assíduos da ilha. Muitos pescadores acampados.
Local ideal para pesca e mergulho, mas era notado algum lixo pelo fundo.
Dormimos na areia de uma prainha de conchas que tem lá sob um céu estrelado e um vento delicioso que nos livrava dos mosquitos. Sonho dos justos após ver o por de sol por trás da Pedra da Gávea lá bem loooooonge!

E tem um clip do Marco com as condições e trajeto da expedição. Valeu Marcão! Só não sei como postar os clips do youtube aqui, mas o caminho é MAAUTA2006 em 08 de fevereiro de 2 .010. vale a pena dar uma olhada. O clip fecha com o trajeto no mapa para quem quiser conhecer e se aventurar. Olho nas condições do tempo e Boa viagem!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

05 de fevereiro de 2.010

Da minha janela pude ver a claridade do dia me chamando e constatei que hoje, mais do que ontem, o dia amanheceu limpo, sem nuvens no céu. Mas o corpo pediu para ficar mais um pouco descansando da noite anterior.
Sendo assim, trago informaçãoes da Karin que foi remar na escolinha de canoa havaiana fazendo o trajeto Praia da Urca Ilha do Anel e retorno para a praia da Urca. A escolinha sai às seis e retorna às oito da manhã.

Água fria e mar calmo sem bater nos costões, nas beiradas ou nas viradas. Ao menos no percurso feito por Karin, pois na lage do posto 6, às onze horas, havia formação de espuma branca das batidas das ondas.
A programação da escolinha foi um mergulho próximo a ilha do Anel, mas assim que entraram no mar já subiram na canoa diante do lixo que observaram nas águas. Pelo jeito, a ilha do Anel continua sendo o refúgio do lixo, daqui a pouco vai ganhar o apelido de lixão. Uma pena, já que a ilha é tão linda e vive cheia de tartarugas!
Mas no geral não foi avistado muito lixo, talvez ali o acúmulo se dê pelas corrrentes e pela pequena baía abrigada que retém os lixos flutuantes.
Ao meio dia passei pela orla da praia de Copacabana e não me pareceu sujo o mar. Não avistei nenhum lixo aparente sequer nas beiradas do posto 6.
Mas muito vento na direção Leme posto 6. As bandeiras da praia acusavam a facilidade para navegar em direção ao posto 6 e a dificuldade para retornar ao Leme.
Os termômetros já marcavam 32 graus mas a sensação era já de 40 graus. Dia completamente limpo e não fosse o descanso necessário para o corpo certamente levaria Janaína ao mar. Lógicamente no horário em que acordam os passarinhos e que ainda não despertou o vento!
Aguardo notícias de Flávia que hoje iria remar saindo da Praia da Urca sabe lá Deus para qual destino...

Bom, o destino de Flávia não foi no mar, às vezes trabalhamos também em terra. Sendo assim, para não deixar o blog passar em branco, pediu gentilmente informações ao Hélio, mais um correspondente amante das águas limpas! Lá vai a notícia acompanhada de um "causo", mas fico devendo a foto. Em breve te fotografarei Hélio!

"Oi Flavia!!!

A maré estava na vazante na hora.
A água na PU estava verde transparente, bonita até, mas já a vi mais limpa. No trajeto até a Lage tinha pouco lixo.

Deixa eu contar um "causo". Hoje depois que passei pela Lage, logo em frente a praia de fora, parei pra apreciar a natura e tomar uma água. Vinha um pesqueiro em minha direção mas la pelo Cara de Cão. Mais um tempinho olhei e ele tava se aproximando, continuei parado. Daqui a pouco ele ja estava a uma distancia que me incomodou. Resolvi remar para dentro, quando vejo que eu estava bem perto do Cara de Cão e o pesqueiro estava ancorado hehe. A vazante me levou muito rápido e nem percebi e a volta foi um bom exercício claro.
Beijão guria."

Rodrigo também tem notícias, boas!

"Fui com a Kiki na Cotunduba terça, quarta e hoje. Tem dado um desembarque tranquilão e a água na "prainha" tá um espetáculo. Hoje demos uma snorkelada maneira, vimos alguns sargentinhos. Lixo mesmo tem no meio das pedras, agarrado. Tá merecendo um mutirão. Fora isso tem sempre um pouquinho alí no anel. Já é quase normal. O vento hoje tava mais forte do que no início da semana, vindo de NNE, trazendo o cheirinho do manguezal lá do fundo da baía. Pra amanhã, indo pra Maricás, segundo o climatempo o vento vai estar meio contra. Vamos ver."