Hoje fui buscar Janaína na Praia da Urca, estava lá dormindo quietinha sobre o cavalete do Urca Va_a. Cedinho a praia ainda estava deserta e o dia nublado não gerava muita expectativa de que encheria muito além dos pombos e dos trabalhos de oferendas por ali.
Mas estava agradável de remar, ali dentro da baía estava um verdadeiro espelho negro. As beiradas ainda ensaiavam uma água transparente mas apenas uns passos para dentro e tudo ficava negro negro negro. Águas muito sujas, com muito lixo boiando.
Flavinha veio com Elisa acompanhar Janaína até a virada da Praia Vermelha. Como sempre muita conversa apesar de hoje eu estar mais para o silêncio, meio cansada, meio nublada, meio escura como as águas. Mas nada como dar as primeiras remadas e deixar essa sensação ir se dissolvendo e se transformar em algo mais fluído, tal qual Janaína navegando.
Na virada do Cara de Cão havia um bate e volta das ondas sem muitos riscos e suficiente para me fazer brincar com Janaína proibindo ela de molhar minha bunda. Queria chegar seca nas areias da Praia Vermelha. Passei sem me molhar, com suavidade tal que Elisa e Flávia tiveram que esperar na enseada da Praia de dentro do Forte, mas nada muito longe.
Logo Janaína já chegava na Praia Vermelha e Elisa se despedia de volta para a Praia da Urca. Hoje era dia de colar adesivos nos caiaques e canoas que dormem nos cavaletes. Todas as embarcações no caminho do batismo e prontas para ser chamdas pelos nomes, como se deve ser.
Na Praia Vermelha o encontro com Ester para conferir as ondas surfáveis do Posto 6. Ai que preguiça de voltar ao mar! Não fosse Ester insistir e Abaeté permaneceria dormindo no cavalete. Mas vamos lá...
Entrada tranquila, passagem pelo Costão do Leme tranquila, maré gostosa levando rápido até o Posto 6. Mas as águas permaneciam sujas, nem mesmo fugindo da baía tínhamos descanso, muito lixo. De bom, a maré confortável, a falta de vento que soprava suave de sudoeste e o silêncio a duas.
Rápido chegamos no Posto 6 mas apesar das ondas grandes que quebram ali na areia não aconteceu surf algum, o mar estava estranho, quebrando bonito lá na lage, mas estranho para as beiradas. Aliás hoje o mar causava estranheza até na sua cor cobre, escura, cheia de línguas de espuma.
Um descanso ali nas areias para uma água de coco e fui ficando mais leve, ensaiando umas conversas, gostando de ter cedido à insistência de Ester para colocarmos Abaeté nas águas. Amiga é mesmo pra isso, colocar pra navegar!
Muita atenção na hora de voltar ao mar ali no Posto 6, umas ondas quebravam mesmo o coco. Entrada rápida e sem vacilar...
Voltamos traçando uma reta naquele mar de cobre até o Costão do Leme. A ondulação nos jogou um pouco pra dentrro da praia e tivemos que acertar a rota margeando o costão depois do Caminho do Pescador. Nada ruim, ali é tudo lindo. Fora o lixo insistente que nos acompanhou.
Perto da Ilha do Anel um remador de stand up causou surpresa mas logo atrás vieram diversos nadadores, um batedor de caiaque e mais um de prancha. Delícia de temperatura mas desagradável as línguas de espuma que eram obrigados a cortar com as braçadas. Ai de mim se respingasse uma gota em Ester, remada na cabeça! Triste mar!
Desembarque distraído nas beiradas e quase nos estrepamos com uma onda lateral. - Agora, cooorrre! - Ai, cansei...
É assim mesmo, remar também cansa. Mas agradeço o cansaço, agradeço a companhia.
Nas areias deu pra perceber a confusão do vento que fez uma rabeada por ali e virou de nordeste, ufa, por pouco não pegamos ele ali no Leme!
Depois foi chegar ali na Praia da Urca e conferir a colocação dos adesivos nas embarcações. Juréia não foi buscada no estaleiro por Chicó para receber seu registro, mas semana que vem ela estará por aqui povoando o blog com seu nome devidamente colado em sua proa.
Uma empadinha, um suco, mais uma conversa jogada fora com Flavinha e as beiradas iam sendo deixadas para trás, sujas mas sempre bem vindas!
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