O dia nascendo claro e azul trouxe de volta para as beiradas alguns rostos sumidos das fotografias e das notícias. Andréia, Elson, Evandro e Renatinha e mais 21 remadores de va_a estavam hoje conferindo o céu azul e o sol firme que desenhava o horizonte nítido por toda a orla do Rio de Janeiro.
As areias já tinham banhistas acomodados e algum lixo também enraizado... tinha até um guarda sol queimado. Será que o sol de ontem foi tão forte assim a ponto de botar fogo aqui embaixo?
Quatro canoas com cinco remadores fizeram a festa por ali e foram colorir o Posto 6 que anda verdinho verdinho esmeralda. As ondas quebram perfeitas lá na lage perguntando onde andam os meninos de body board. Já no cantinho do forte as ondas lambem suaves a pedra deixando na vontade o surf das canoas maiores.
A corrente de hoje está aconselhando a colocar a proa da canoa em direção ao mastro de Forte de Copacabana e manter o prumo. Pequenas desviadas para a esquerda travavam a canoa e pesavam os remos na água. Uma reclamação aqui, outra ali, um deslize aqui, outra acelerada ali e o rumo era traçado aos poucos em um eterno aprendizado.
No mar é assim, nunca nada é igual a nada, que nem a gente acordando todo dia.
Lá no Posto 6 andaimes anunciam uma obra na mureta enquanto Renatinha e Alexandre descansam do primeiro trecho da remada. Mas a vontade é essa mesma quando chega ali, parar, olhar, descansar e atrasar a volta o máximo de tempo que puder para simplesmente ficar ali... pelas beiradas.
As águas não andam lá muito limpas e muito menos transparentes e as viradas dos costões estão pontuadas de língua de espumas agravadas pelo bate e volta das ondas. Mas não chega a ser um anarquismo do mar, apenas uma pequena turbulência que remadas ritimadas e firmes são capazes de ultrapassar e segurar a canoa sem sambar.
Hoje a passagem muito rente do paredão da virada do Leme não é uma boa escolha pois há um ligeiro repuxo. Passar muito ao largo também não é recomendável em razão da força de maré no canal. A solução foi traçar uma rota entre essas duas rotas e concentrar na cadência. Com alguma resistência da corrente, mas com bastante insistência das remadoras, em breve a Praia Vermelha foi avistada e logo ali na areia o amado Jorginho aguardando as canoas para dar um auxílio mais do que luxuoso no desembarque.
A placa anuncia a força da corrente mas o aviso é mais para os banhistas desavisados que não sabem que as beiradas afundam muito rápido por ali na Praia Vermelha. Pescadores e remadores têm hoje saída liberada, sem repuxo ou ondas quebradas.
Desamarra borrachas, um pouco de conversa, carrega baldes, mais um pouquinho de conversa, carrega canoas, conversa mais um pouco e as beiradas vão sendo deixadas para trás aos pouquinhos. O sol já aponta lá em cima anunciando um dia de calor e iluminando a Praia Vermelha que vai enchendo aos poucos de gente, de cachorro, de barco, de luz e calor.
Belo dia de sol, belo dia de reencontros!
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