Na madrugada uma chuva incessante aconselhava ficar na cama e sonhar com as beiradas. Mas às cinco horas a estiagem alertou que ficar na cama poderia trazer arrependimento. As vagas para estacionar na Praia Vermelha depois das seis da manhã começam a ficar escassas, mais um conselho para contornar a pracinha e voltar para a cama. Mas ficar no estaleiro por tanto tempo aconselhava voltar logo para as beiradas.
As vagas dentro do mar, ao contrário dessas outras, eram inúmeras. Lambiam os costões. Delícia de mar sinistro!
Decisão acertada estacionar lá perto dos bondinhos pois lá nas beiradas já haviam mais de duas canoas formadas. Depois de ajeitados os lugares, todos encaixados em seus devidos lugares e lá vamos nós mar adentro.
Tempo ruinzinho mesmo, de desanimar. Uma chuva com vento logo na hora de sair perguntava se aquela tinha sido mesmo uma decisão acertada. Mas nossa canoa, com Carla e Ester na voga e no banco 2, não pensou duas vezes e entrou acelerada no mar, com direito a onda quebrando em cima do castelo e tudo! Entrada kamikase que sorte não complicou a remada.
Leme? Urca? Urca? Leme? Depois de alguns zigue zagues dentro da enseada o rumo foi finalmente traçado em direção à Praia da Urca.
Mar bastante mexido mas ambas as canoas andaram bem.
Vento esquisito, hora parecendo de sul, hora parecendo nordeste. Ondulação vindo da pedra para dentro da baía e pedindo atenção na ama na ida. Atenção também na volta para as ondas não invadirem a canoa pela direita. Mar anárquico, atenção para todos os lados. Delícia de remar! Delícia de lemear com Rogério ali no banco cinco ajudando a proteger a canoa. No motor Mariana e Thiago fazendo a canoa andar e singrar o anarquismo do mar.
Fazia tempo não me divertia tanto, canoa com energia boa!
Na virada do Cara de Cão, na volta, o aviso: - Senhores remadores, apertem os cintos que vamos entrar numa turbulência!
É gritante a diferença das águas assim que viramos no Cara de Cão, na ida, em direção à Praia da Urca, mar flat flat dentro da baía de Guanabara.
As fotografias não refletem nem um pouco o mar grosso, afinal quando houve um mínimo esboço de fotografar as viradas houve também um comando vindo do banco 5:
- Nananão, nada de fotografias por aqui! Ô dó... o blog assume então o papel de exagerado!
As fotografias não refletem nem um pouco o mar grosso, afinal quando houve um mínimo esboço de fotografar as viradas houve também um comando vindo do banco 5:
- Nananão, nada de fotografias por aqui! Ô dó... o blog assume então o papel de exagerado!
Não vi muito lixo por ali e muito menos cheiro ruim nas águas. Muita névoa. O Cristo amanheceu agasalhado pelas nuvens mas estava ali protegendo as canoas.
Tanto a ida quanto a volta foram tranquilas apesar dos sacodes que as ondas davam. Uma certa indecisão de seguir ou não ao lado do Forte São João não foi suficiente para demover a idéia de chegar até a Urca. Léo lemeando a outra canoa passou rente ao costão trazendo segurança na passagem.
Desembarque mais tranquilo do que o embarque kamikase e rapidamente as canoas já estavam desmontadas.
A chuva até que foi boa e não espantou a remada, apesar do frio no desembarque. Ainda deixou a pocinha do lava pé ali na calçada refletindo o Pão de Açúcar. Mais um dia de trabalho pela frente carregado da sensação que o dia já está mesmo ganho.
Nada de dor na musculatura intercostal apesar da remada contínua do lado esquerdo e o coração já pode bater acelerado sem medo de mexer as costelas. Que venham os ventos, os mares grossos, a fome dos remadores...
De volta às beiradas!
Lê,
ResponderExcluirsaudações!
Vento sudeste forte indica o caminho da terra,
depois de um final de semana de mar grosso,
como sempre,
vem a bonança da calmaria...
adorei o blog!
bjs
Paulo