segunda-feira, 24 de maio de 2010

22 de maio de 2010



Delícia de sábado. Remada longa da Praia Vermelha ao canal do Jardim de Alah quase perto da canoa da Rio Va_a com seis remadoras, quase perto da oc2 com Charles e Malu e depois Silvia, quase perto de outro tanto de meninos e meninas de oc6 em outras tres canoas de seis remadores.

Pertinho? Ah, de pertinho estava lá o Comandante Rodrigo, mais uma vez salvando as notícias e colorindo de poesia os encontros.

Nada como os intervalos, as pausas, onde se respira encontro e se aprende mais um cadinho sobre as coisas da vida!
Ah... como deixar de contar das cores do arco íris que choveu sobre os dois irmãos? Tímido, esperando mais sol com chuva, mas ali bem na frente. Nenhum protesto para sacar a máquina e fotografar, ufa, bela pausa, belissimo dia!



Ops, também inesquecível a tigela de açaí no Tacacá do Norte depois da remada. Com açúcar ou guaraná? Com guaraná e amigos!


Foto do Rodrigo

Romagalha criou um blog, tão logo me passe o endereço postarei por aqui. Vale muito a pena, tanto quanto viajar pelas beiradas da cidade... segue aí mais um texto e fotos roubadas.


"Mais um dia em que o sol, tímido, brinca de pintor, decorando o céu em aquarela. Todo dia o mesmo lugar, a cada dia uma paisagem diferente graças ao jogo que fazem o vento, o mar, as nuvens.
7 da matina. Quatro oc6 já estão prontas tomando fôlego nas areias da PV. Charles e esposa/namorada (como se chama?) também preparam uma oc2 para seguir até o Leblon. Era pra ser Cagarras, mas, não sei por que, ficou sendo Leblon.

Eu, o patinho feio, me apresso em arrumar meu caiaque para acompanhá-los; coloco as tampas dos compartimentos, visto a saia e o colete, amarro um cabo na proa. Pronto. Me jogo ao mar sem dificuldade, apesar das ondas que se fazem de inocentes, atrá s de duas canoas que já estão a espera.
Remo um pouco pra fora procurando um bom ângulo para fotos. Não quero ficar para trás, mas também não posso perder a oportunidade de registrar o céu estupendo. As duas canoas femininas já estão lá na frente, e as outras vão passando. Passa uma, passa duas e, no final, não tem jeito, fico pra trás mesmo.
As ondas estão grandes, tentando esconder as ilhas que brincam de esconde-esconde comigo, as danadinhas. O caiaque balança, sobe, desçe, mergulha, vem a tona, numa coreografia que já conheço. Não tem como não se sentir um artista nessas beiradas. Somos, com nossos remos nas mãos, pintores, bailarinos, poetas...
A minha volta, traineiras coloridas; no ar, uma infinidade de gaivotas como que a desejar as boas vindas. Fazemos todos parte desse universo mágico onde não faltam nem as princesas. Essas seguem em ritmo acelerado e logo estão fora do alcance da minha vista.
Paro várias vezes para tentar capturar a beleza dessa paisagem. Lá longe o Dois Irmãos iluminado por um raio de sol, como dois atores a contracenar no foco de um refletor. De repente sinto gotas de chuva. Sim, está chovendo uma chuva delicada que em nada ameaça. Paro mais uma vez, agora para telefonar pro Edu Feijoca. Ele não vem. É uma pena. Serei o único patinho feio mesmo.
No Posto 6 as ondas formam tubos que mordem com vontade a laje. A água está verdinha, bonita como ela só. O sol ainda é uma esperança, mas vai sair, só tenho que esperar mais um pouquinho.

Logo na esquina do Diabo as ondas açoitam a pedra do Arpoador sem piedade. Rodopio como quem valsa, dou piruetas ao estilo Bolchoi e, finalmente, avisto duas oc6 paradas em contemplação. As outras continuaram até o Leblon como previsto. Meto o remo com força na água pra tentar chegar a tempo de um mergulho.
Durante todo o percurso, apesar das ondas próximas aos costões, sinto o mar macio, não resiste ao caiaque que avança gostoso. Chego a questionar como será a volta, mas, agora, quero só curtir esse precioso momento.
Antes de chegar ao final da praia vejo a canoa das meninas. Ouço as vozes contentes que me enchem de igual contentamento. Não vou enganar: alí estão pessoas que gosto muito e admiro um outro tanto. Não sei o nome de todas, só sei que Letícia, Andréia e Teté estão ali fofocando. E como é bom encontrá-las. Vou roubar uma frase da Lelê: "Muito bom estar entre amigos no meio dessa imensidão que é o mar. Não nos deixa sentir tão pequeninos.. ."
Naquela altura as nuvens já se esgarçavam deixando ver pedaços de um azul brilhante como aqueles de sabão em pó.
E lá vem a outra canoa feminina seguida da oc2 do Charles. Hora de partir. Pouco a pouco vou de novo me transformando no patinho feio a medida em que fico para trás. Mas agora, tendo as canoas a vista, tento impor um ritmo mais vigoroso. Sigo o mais perto que posso das pedras tentando cortar caminho. Durante algum tempo consigo manter-me perto das canoas, assim mesmo vou perdendo terreno.
Paro perto da lage do Posto 6 para fazer algumas fotos. Consigo registrar algumas ondas e percebo que as canoas também pararam. Então recomeço forçando a mão pra ver se consigo pelo menos chegar junto com todo mundo na PV.

Agora o sol está presente, iluminando o caminho. A oc6 está a minha esquerda, a oc2 segue mais atrás. Antes do Leme já estou entre as duas. Forço um pouco mais pra ver até onde aguento. Passo bem perto das pedras, quase em transe, seguro em meu barquinho sem me importar com os tapas das ondas que vêm de todos os lados e, finalmente, entro na enseada.
Vou chegando perto da praia devagar, aguardando o momento de me lançar na direção da areia. Minhas amigas Zo e Zu estão lá com suas companheiras refrescando as patinhas no molhado.
Avanço com suavidade até poder ficar de pé. Levo o caiaque até a areia sêca e depois vou ajudar no desembarque das canoas que vêm logo atrás.
Estamos todos em casa agora."

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