quinta-feira, 13 de maio de 2010

13 de maio de 2010

SI-NIS-TRO!
SI-NIS-TRAS!
As beiradas estão sinistras. O mar está sinistro.
Pela qualidade das águas? Também, mas creio que os remadores hoje não puderam dar muita atenção à qualidade das águas. A atenção foi redobrada para a força de maré e a força das ondas que estava descomunal nas beiradas e na ponta do Cara de Cão.
Mar imenso! Lambendo não só as beiradas mas tudo que via pela frente!


Mas para suavizar a violência das águas nasceu um belo dia de sol...


Hoje saiu uma matéria no JB dando conta de uma morte ontem por ali. Um fotógrafo que estava numa embarcação com a mulher Samambaia sofreu com algum descuido do barqueiro que passava ali entre o Forte do Lage e o Cara de Cão. Segundo a matéria, o barco em que se encontravam foi surpreendido por uma onda e infelizmente um dos tripulantes veio a falecer. Não sei mais detalhes, o jornal não mostrou.
Mas quem se aventurou no trajeto Praia Vermelha - Praia da Urca soube bem o que deve ter passado a embarcação que virou ontem.
As ondas muitas vezes cobriam o horizonte urbano lá embaixo e tudo desmoronava em espumas brancas.


Foram quatro canoas de seis remadores para desembarcar na Praia da Urca e aguardar a primeira etapa do Campeonato Estadual que acontecerá lá no sábado. Saindo da Praia Vermelha já dava para sentir o que aguardaria os remadores mais adiante.
Ondas imensas, quebrando naquela beirada cavada de areia e obrigando os remadores a entrar numa carreira desenfreada para fugir das séries. Séries violentas com intervalos pequenos.


Dali até  a virada do Cara de Cão, e ainda um pouco mais para dentro da baía, a ondulação não deixou a canoa quieta obrigando os remadores dois e quatro a defender a canoa quase todo o tempo. A virada no Costão do Pão de Açúcar atacava a ama da canoa aconselhando um trajeto mais ao largo das beiradas.
Rodrigo seguia em seu caiaque logo ao lado das canoas. Era um pontinho amarelo que sumia no meio da ondulação e logo surgia com as remadas ritimadas, precisas e rápídas. Lindo vê-lo por ali. O coração fica mais sossegado. - Johny, siga o caiaque amarelo, ele sabe por onde passar no Cara de Cão! E lá foi a canoa...
Uma parada breve entre o Forte do Lage e o Cara de Cão para montar a estratégia de passagem por ali. Ao longe dava pra ver a crista das ondas que estouravam e lambiam desde a ponta do Lage até lá na frente já dentro da Baía. A ondulação estava sudoeste. Um violento sudoeste! Um belo sudoeste!
As ondas vinham por trás entre o Pão de Açúcar e o Cara de Cão, mas chegando ali elas viravam violentamentre do Cara de Cão para o Forte Lage. A rota era o aeroporto, a Praia do Flamengo e subitamente deveria ser desviada pra a Praia da Urca. Ao leme cabia lemear. Remar? Quase nada!
Logo as canoas ultrapassaram o Cara de Cão e rapidamente desembarcaram na praia da Urca.

Chegando lá o encontro com Iuri e Alessandra que haviam visitado as beiradas do Forte São João e também já estavam com o dia ganho. Quem navegou apenas por ali na enseada da Praia Vermelha não imagina  a transformação do mar virando as beiradas...


Belas beiradas, violentas beiradas, dissimuladas beiradas... aos desavisados muito cuidado! Com as águas há que se ter respeito. Uma, não jogando lixo nelas; outra respeitando a força com que elas se levantam. Assim como acariciam, estapeiam... Respeito, respeito sempre!

Rodrigão, mande tuas fotos! Você estava lá... na boca do LOBO! As fotos que cá estão não retratam nem de longe o turbilhão de sentimento e água que envolveu as canoas.
Mas antes passar por um blog exagerado do que largar as mãos dos remos nessa hora... mas que estava bem grande, ah, estava!

"Li hoje no jornal "O Globo" que infelizmente, uma pessoa morreu e outra está em estado grave, quando uma pequena embarcação foi atingida por uma onda na boca da barra, próximo ao Forte da Lage. O acidente foi na noite de anteontem e no barco MorcegoII, que saiu da marina da glória, estavam a Mulher Samambaia junto com uma equipe de tv da record. A capitania dos portos abriu inquérito para investigar o caso.

Nós do CCC que passamos diariamente por ali, sabemos que na boca da barra, o negócio é sério e os erros são imperdoáveis. Quarta de manhã, havia onda quebrando ali no canal do Lage e se arriscar numa passagem naquela noite, num barco pequeno, me parece imprudência do barqueiro.
De quarquer forma, fica o aviso:
Acumule o máximo de conhecimento sobre o lugar aonde vai remar e acima de tudo, respeite o Mar e suas vontades ou o preço a se pagar pode ser alto demais.
Fitaroni."

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