Energia. Acredito em canais de energia. As beiradas hoje estavam carregadas de uma energia tal que gerou condições inéditas de paisagem.
Amanheceu nublado mas às 7:30 o sol começou a dar o ar de sua graça.
Era um dia que pedia para permanecer na cama cuidando da gripe que agravou e da garganta que insistia em ligar o sinal de alerta. Própolis, mel e desejo de ver o mar é uma combinação perfeita para colocar a canoa na água e dar as boas vindas a Ester que chegava de viagem.
Hoje o mar lhe deu de presente imensas vagas nas beiradas do morro Cara de Cão a ponto de interromper a conversa para se concentrar no trajeto. Atenção, muita atenção!
A baía de guanabara permanece muito suja e o trajeto hoje se resumiu do Clube Guanabara até a Praia Vermelha. Belo trajeto, belas beiradas, bela paisagem. O mar... ah, o mar ainda deixa muito a desejar com relação à sujeira.
Águas paradas, pesadas, escuras, frias e sujas dentro da baía, mas é sempre um prazer navegar entre as embarcações ancoradas perto do quadrado da Urca.
Um encontro rápido com Faísca, Fumaça e Sidney antes de chegar no Cara de Cão confirma o prazer de encontar amigos na água. Começam aí os canais de energia, a remada muda após esses encontros em alto mar.
No costão do cara de Cão ondas arrebentavam lambendo as paredes e convidando os remadores a se afastar em direção ao Forte Lage. Imensas vagas faziam a alegria das embarcações mas também nos deixavam bastante atentas. Fazia tempo não via ondas tão grandes por ali, mas sem perigo de estourar se mantida a prudente distância da beirada.
E a surpresa não termina por aí, uma névoa densa e baixa contornava todas as beiradas deixando a Praia Vermelha e a Cotunduba com uma roupagem diferente, inédita. Linda!
No costão do Pão de Açúcar as marolas vinham com toda a força empurrando a canoa em direção ao Leme e dificultando a virada para a Praia Vermelha. Muita força na corrente pedia muita força nas remadas e muito equilíbrio para não virar a canoa.
Atenção também para o desembarque nas areias da Praia Vermelha, invariavelmente auxiliado por Daniel, Jorjão ou Catarino, verdadeiros anjos da guarda dos canoístas disfarçados de pescadores.
Mas o mar continua sujo e escuro com as águas bastante frias. Sossego o coração com a esperança de dias melhores e gravo na memória a roupa nova das beiradas, a névoa tal qual uma extensa echarpe protegendo as beiradas do frio.
Bem vinda ao Rio Ester, bela remada!
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