quarta-feira, 14 de abril de 2010

14 de abril de 2010


Hoje o dia amanheceu muito estranho. Nas areias da Praia Vermelha um vento frio e um dia cinza desanimavam a entrada de Janaína no mar. Mas para quem já está de pé nessa hora do dia basta um passo para encontrar alguns amigos no forte do Lage.
Mar escuro e águas mornas contrariando o vento gelado sobre elas. Águas ainda sujas e o mar parecia estar de ressaca da ressaca anterior. Mas uma ressaca sem violência ou explosão, uma ressaca cansada...
Antes de chegar na ponta do Costão do Pão de Açúcar Janaína quase que vai direto para o estaleiro. Ao passar entre a pedra da lage e o costão, em um mar bastante agitado com ondas vindo de ambos os lados, eis que surge uma grande pedra no meio do caminho. Maré estranha que parecia cobrir as pedras da lage. Mas não, como uma baleia raivosa surge a pedra sob o bico de Janaína, a pá do remo entra com força no lado esquerdo salvando a frente da canoa e torcendo para que não ficasse a quilha. Ufa, um grito depois da passagem para acalmar o coração.
Vários barcos transitando juntos com um imenso transatlânrico que entrava na baía. Até ali, fora o susto da pedra, mar um pouco agitado mas tranquilo de domar com a canoa.
Após virar a costa do pão de Açúcar o mar se transforma e a maré em direção ao Forte do Lage quase alimenta um sorriso na sensação de que seria um surf só. Lêdo engano, mar crespo, cabeludo e logo ali ao lado e um pouco mais na frente no canal que entra na baía, dava pra ver as embarcaçãoes fluiindo sem maiores problemas. Mais tarde virão as fotos e talvez alguma que mostre o corredor de águas tranquilas em contraste com o mar encaracolado que lambia as beiradas. Janaína, sem sombra de dúvidas, rumou para o canal.
Mais perto do Forte do Lage dava pra ver cristas de espumas sobre ondas pequenas e uma ligeira dúvida surgiu no meio do caminho. Prosseguir ou retornar? O encontro marcado no forte do Lage respondeu e Janaína seguiu. Reforçou sua decisão a visão de Nicolas lemeando uma oc6 tranquilamente nas beiradas do Cara de Cão. Ao chegar constataria que o peso da oc6 traz uma tranquilidade aparente e Janaína parecia uma casquinha sem controle no mesmo trecho.


Mas empurrada pelas remadas fortes e pela visão de André e tres caiaques duplos ao longe, lá foi Janaína, pedindo licença e driblando o mar.
De repente um grito e a certeza de que um apito no colete é fundamental! Será providenciado ou não me chamo Janaína. Uma embarcação veio direto para cima de Janaína e só lhe restou parar mumificada e gritar. O barqueiro com a maior cara lavada do mundo apenas responde: - O barco está pegando fogo no motor! Pois sim, o motor aquece, sai fumaça e o pescador se esquece de olhar o rumo...
Passado o susto mas com o coração ainda aos pulos, Janaína deu a volta no Forte do Lage duas vezes junto com mais uma canoa havaiana (Dé) e tres caiaques duplos (Sid, Antônio e Marquinhos no comando dos duplos) e a intenção inicial era aportar na praia da Urca e evitar os sustos e as ondulações estranhas que a acompanharam na ida.



Mas na Praia Vermelha Janaína era esperada por Hugo que a levaria para outras beiradas. Retornar era preciso, navegar consequentemente...
O Forte do Lage ficou bem destruído com o mar e as águas ali estavam sujas mas sem lixo aparente boiando.
A volta para a Praia Vermelha foi uma surpresa, mar delicioso de navegar e Janaína fluindo maravilhosamente. Lógico que ao chegar na virada do Costão do Pão de Açúcar as condições mudariam e o mar realmente encrespou um pouco além do confortável.
Janaína contorna a ponta e lá vai na ondulação maravilhada e surpresa com a velocidade que pegou. Já no meio da Praia Vermelha, entra um vento, o mar encrespa e lá vai Janaína novamente depender da força do remo, mas ainda assim foi bem e desembarcou sem maiores sustos junto com Fábio numa oc1 e a equipe open do PVV chegando de oc6. Sylvinha já estava na areia depois de conferir as beiradas do posto 6 de oc1.
O mar tem dias que é assim mesmo tal qual a vida, hora fácil, hora difícil, mas sempre surpreendente.
As fotos vírão mais tarde pois a máquina foi para as beiradas de Copacabana com Hugo, que aliás contou que o trajeto Praia Vermelha Posto 6 esteve muito bom! Já a volta... menos um pouco.

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