http://www.youtube.com/watch?v=H1vqkasx02Y
O dia amanhceu escandalosamente lindo. As beiradas estavam cheias de gente flutuante. Quatro canoas de seis remadores foram ao mar conferir a transparência da água no Posto 6. Malu e Bia estavam lá também de oc1.
Realmente inacreditável a transparência do mar e o horizonte rubi limpo dando lugar a um dos amanheceres mais lindos do ano. Foram as águas mais lindas que vi neste ano, sem lixo, claras, lisas, realmente de deixar qualquer carioca orgulhoso. Que diria então dos turistas? Sorte de quem amanheceu hoje com o dia e ali, pelas beiradas.
Nossa canoa foi atrás das demais, travada pela ama montada aberta, mas com excelentes remadores. Guilherme, Carlinha, Pedrinho, o queridíssimo Paquito que estava afastado, Robertinha e eu lemeando feliz da vida. Fotografando maravilhada o desfile das canoas, a felicidade de estarmos todos juntos naquele presente da natureza. Copacabana hoje não engana, vestiu sua roupa de princesinha do mar com todos os ornamentos que merece!
No Posto 6 todo mundo na água fazendo fotos submersas e incrédulos de tanta beleza e transparência.
Hora de voltar para o dia de trabalho muito a contragosto mas o mar nos segurou o máximo de tempo que poderia segurar. Ninguém queria ir embora.
Agora vamos ao título... sem fotos? Nada de fotos do dia mais deslumbrante do ano? Pois então é hora de quem acessa esse blog fechar os olhos e imaginar um mar esmeralda, sem vento, sem corrente, de céu limpo, de beiradas limpas, de gente bonita... e guardar tudo na alma, bem guardado... As fotos do dia de hoje estão no fundo do mar. Bem ali, logo no Sorriso, frente ao Posto 5.
Na volta um desvio da rota para fotografarmos os pinguins que estão aparecendo pelas beiradas. E de repente, a máquina que vivia amarrada ao meu pescoço e hoje estava já guardada, sem amarras, caiu da canoa. Imediatamente me lancei ao mar e fui atrás daquele objeto verde esmeralda indo indo indo para um negro abissal que em nada se parecia com a transparência do Posto 6. Por um palmo, por um segundo, não me agarro às fotografias indescritíveis que estavam ali dentro. Olhei rapidamente para cima e um mar negro distante da superfície me avisava:
- Voltaaaaaaaaaaaaaaaa!
Subi rapidamente e custei mesmo a respirar. Um sonoro "PQP" foi o meu desabafo e o gasto do resto do ar que ainda me cabia. Subi na canoa trêmula sabendo que era hora de refletir. De desapegar. De olhar Pedrinho na minha canoa e lembrar de seu caiaque lindo indo a pique lá em Itacoatiara e da sua reação externa impassível, desapegada. Mais um dia de aprendizado. De atenção para os descuidos.
Curioso. A foto que ilustra o blog em sua abertura é o Pedrinho e o Douglas voltando do dia em que Pedro perdeu seu caiaque. Voltei de ônibus nesse dia e dei minha vaga para ele. O entardecer com certeza acalmou seu coração e guardo comigo a certeza de que a vida é um eterno movimento onde o que vai abre espaço para aquilo que vem.
Curioso. A foto que ilustra o blog em sua abertura é o Pedrinho e o Douglas voltando do dia em que Pedro perdeu seu caiaque. Voltei de ônibus nesse dia e dei minha vaga para ele. O entardecer com certeza acalmou seu coração e guardo comigo a certeza de que a vida é um eterno movimento onde o que vai abre espaço para aquilo que vem.
Só restava então remar e contemplar aquele mar imenso azul que se estendia liso liso liso sem qualquer vento para atrapalhar. Só restava me desculpar com as beiradas pela contribuição infeliz que dei ao mar. Máquina, bateria... em contrapartida os próximos dias seriam dias de recolher toda sujeira que a vista alcançar e Janaína ou Abaeté puder levar.
Desembarque tranquilo nas beiradas da Praia Vermelha depois de contornar o Anelzinho. O coração já se aquietava e guardava a certeza de que a alma é capaz de guardar momentos que jamais serão traduzidos numa tela ou numa folha de papel. O sorriso de quem foi ao mar me acalmava e dizia:
- Tudo que se pode comprar é muito barato... viver? Ah, viver não tem preço!
Coisas que acontecem. Não deveriam, mas acontecem. Se quiser te empresto a minha máquina. Tá bem ferradinha, cheia de fita isolante, mas ainda tira lindas fotos quando não trava. Foi com ela que fiz essa da página inicial do blog. Vai?
ResponderExcluirNão posso nem pensar nesse dia que o Pedro perdeu o Caiaque. Me dá a maior dor no coração, pois estive com ele na mão, mas não deu pra segurar. Afundou na minha frente sem que eu pudesse fazer nada.
ResponderExcluirAquela foto inclusive é tua que sei veio com o coração apertado fazendo a escolta... mas hoje ele tem uma canoa havaiana linda linda linda e continua fazendo a gente feliz por ali. :)
ResponderExcluirQuanto à tua máquina... imagina! Como ficariam as tuas páginas que amo tanto? Prefiro que você me salve de vez em quando com o teu olhar. Logo logo arrumo outra. :)
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