Tenho a impressão que terça não foi dia de lestada. O vento cruel dali das beiradas para quem navega até o Posto 6 é o poderoso nordestão. Desconfio que era ele na terça passada. Pois hoje ele não teve dó da minha musculatura intercostal e castigou. Mas também eu e Ester pedimos, seduzidas pelo mar de Ipanema.
Amanheceu claro, limpo e Hugo já estava nas areias com Sebastiana nervosa para entrar na água. Saudades desse trio. A dor que me deixou no estaleiro por tres dias já havia quase passado mas foi atiçada com a remada da lua cheia ontem à noite. Mas a remada da lua cheia será outra postagem.
O mar convidava, não me lembro de ter visto as beiradas tão calmas nesses últimos tempos, completamente lisas, limpas, fantásticas!
Mas Copacabana me engana, enquanto todas as demais beiradas lambem a cidade suavemente, Copacabana se apresenta com o mar encarneirado pelo vento e com uma força de maré de não dar descanso.
Mas Copacabana me engana, enquanto todas as demais beiradas lambem a cidade suavemente, Copacabana se apresenta com o mar encarneirado pelo vento e com uma força de maré de não dar descanso.
Poucas paradas na ida, mas impossível não parar ao despontar do sol por trás da Cotunduba. Um minutinho, por favor! É necessário assistir ao incêndio dos prédios no posto 6. Incêndio virtual!
Já na ida para o Posto 6 dava pra sentir o vento nordeste disfarçado de terral lambendo nossas costas e nosso lado direito. A ondulação ingrata convidava para um passeio lá na Ilha Rasa, mas não há tempo. Canoa andando de lado com ondulação batendo na direita e uma força de maré típica da fase da lua. Forte. Forte demais! Mas fomos indo. A resistência da maré foi melhorar passando ali da lage e foi se transformando em um deslizar delicioso até o Arpoador.
A maré está cheia pois a lage dorme sossegada ali disfarçada sob as águas, só de perto percebemos a lage pelas ondas pequenas delatando sua presença.
Uau, nossa, caramba! O mar de ipanema está verde, transparente, flat flat flat . Irresistível uma chegada até depois do posto 9. Vontade de não sair mais das águas e mirar para as Cagarras que estão logo ali, apenas cinco quilômetros de distância. Mas não há muito tempo.
Na volta o encontro com Fábio ali pelo posto 9 maravilhado com tanto azul e verde. Dali seguimos suave até o Arpoador.
Virando o arpoador cruzamos com vários nadadores, uma stand up, algumas embarcações e demos de cara com o NORDESTÃO!
Dali para o Leme muita pegada no remo, muita cadência e ginga para não desanimar. O vento castigou e anunciava o meu retorno para o estaleiro. Parceria afinada essa Ester! Abaeté deslizou junto de Fábio e não tardou estávamos chegando no Costão do Leme.
A ama de Abaeté foi cortando as ondas encarneiradas pelo vento que agora açoitavam a canoa pelo lado esquerdo. Equilíbrio nessa hora é fundamental.
No Costão do Leme a bela surpresa do encontro com Lariana, Marquinhos, Bruno e Antônio em seus caiaques duplos indo desembarcar ali no Leme.
- E aquela lua de ontem Letícia?
- Uhuuuuuuuuuuu.
Continuamos beirando o paredão e o nordeste deu um ligeiro sossego até virarmos na altura da Ilha do Anel. Depois mais umas rajadas chicoteando a canoa e os remos e pronto! Viramos em direção às areias da Praia Vermelha, contornamos o Anelzinho velozmente e já estávamos ali quietinhas, coladas na areia sem risco nenhum de ondas. Desembarque tranquilo, parecendo uma banheira.
Nas areias Silvia, Jorge, Chinês e Machado chegando também da remada.
Belo retorno, ainda que com o vento nordeste castigando! Me perdoe o corpo que se recuperava, mas foi por uma boa causa!
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